O presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, vereador Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), informou nesta terça-feira (15) que o atestado apresentado por Claudinho Serra (PSDB) não foi validado por meio de perícia e o parlamentar contabiliza oito faltas às sessões.
Claudinho ficou preso 23 dias em abril deste ano após ser alvo da Operação Tromper, deflagrada para apurar desvios milionários dos cofres da Prefeitura Municipal de Sidrolândia, comandada pela sogra, a prefeita Vanda Camilo (PP). No entanto, ele deixou a prisão mediante monitoramento com tornozeleira eletrônica.
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Após o período na prisão, o tucano apresentou um atestado médico por 30 dias. No período, ele foi denunciado por desviar uma fortuna do município, teve R$ 12,5 milhões bloqueados pela Justiça e virou réu pelos crimes de peculato, corrupção, fraude em licitações e organização criminosa.
Pressionado e para escapar do risco de cassação do mandato, Claudinho apresentou pedido de licença sem remuneração por 120 dias. O prazo venceu em 12 de setembro e um novo atestado de 30 dias foi protocolado. Desta vez, porém, o vereador deveria ser “encostado” pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
No entanto, Carlão informou que o colega não passou por perícia e as faltas às sessões estão sendo contabilizadas. O presidente da Câmara anunciou que se Claudinho completar 10 faltas, será aberto processo de cassação, como estabelece o regimento interno da Casa.
“O atestado só tem validade para nós se passar na perícia. Ele tem que ir no IMPCG [Instituto Municipal de Previdência de Campo Grande] fazer o laudo, como ele não passou ainda na perícia, o atestado dele não vale”, disse Carlão ao Campo Grande News.
O prazo final para Claudinho voltar aos trabalhos na Câmara é a próxima quinta-feira, 17 de outubro. A partir da sessão seguinte, dia 22, o processo de cassação pode ser aberto. Carlão ainda contou que a equipe do tucano foi procurada e alertada sobre o vencimento do prazo, mas não tiveram retorno. “Eles falam que estão vendo”, disse.
Desde que foi preso no início de abril deste ano, Claudinho Serra completou seis meses sem aparecer na Câmara Municipal de Campo Grande.