Jair Bolsonaro (PL) minimizou a traição a senadora Tereza Cristina (PP) e o apoio ao deputado federal Beto Pereira (PSDB), que não conseguiu chegar ao segundo turno, mesmo com uma candidata a vice-prefeita indicada pelo ex-presidente. Nesta quinta-feira (10), o capitão atribuiu a decisão de aderir à campanha tucana, inclusive com o repasse de R$ 9 milhões, a “pequeno desentendimento” e anunciou apoio à reeleição de Adriane Lopes (PP).
Bolsonaro tinha acertado o apoio à prefeita no início deste ano, logo após anunciar apoio e recuar de lançar os bolsonaristas Capitão Contar (PRTB), o deputado estadual João Henrique Catan, o ex-deputado estadual Rafael Tavares e o amigo de juventude, Aparecido Andrade Portela, o Tenente Portela.
Veja mais:
Após apoiar Beto no primeiro turno, Riedel anuncia apoio à reeleição de Adriane no 2º turno
“Sócio” de empresa ré por corrupção doou R$ 100 mil para campanha de marido de Adriane
Discussão de hospital foi feita entre quatro paredes e projeto deve ser revisto, diz vereador
No entanto, no final de junho, durante viagem da ex-ministra da Agricultura aos Estados Unidos, Bolsonaro se reuniu com o presidente regional do PSDB, Reinaldo Azambuja, o governador Eduardo Riedel e Beto Pereira em Brasília e anunciou a aliança com o tucano paa a prefeitura da Capital.
Bolsonaristas reagiram entre incrédulos e revoltados com a decisão. A adesão à candidatura a Beto Pereira só foi automática entre os simpatizantes da direita que sempre estavam ao lado do PSDB. Para acabar com a dúvida, o ex-presidente gravou vídeos pedindo voto em Beto Pereira e ainda mandou o PL mandar R$ 9 milhões do Fundo Especial Eleições, o Fundão, para a campanha do tucano.
Apesar do apoio do ex-presidente e de uma grande aliança com nove partidos, Beto naufragou na reta final e ficou fora do segundo turno. Ainda durante a apuração, Tereza Cristina já dava como certo o apoio de Bolsonaro.
“Estou com a Tereza Cristina aqui, minha eterna ministra da agricultura. Que saudades o pessoal do agro tem dela. De vez em quando temos um pequeno desentendimento, mas a gente volta com todo o gás”, afirmou o ex-presidente, em vídeo.
“Em Campo Grande, tudo acertado, segundo turno, página virada, Adriane Lopes, do PP, a nossa candidata à reeleição por essa Capital”, afirmou Bolsonaro, repetindo o pedido de voto para Adriane com o mesmo fervor que fez para o tucano no primeiro turno.
“O apoio do presidente Bolsonaro é muito importante para a reeleição da nossa prefeita Adriane Lopes. Fico muito agradecida. Quero dizer que estamos juntos de novo. Um caminho natural, da direita unida por Mato Grosso do Sul”, avaliou a senadora.
Adriane lutou desde o ano passado para conquistar o apoio de Bolsonaro. Em fevereiro deste ano, ela levou a família para participar da manifestação a favor de Bolsonaro e contra o Supremo Tribunal Federal na Avenida Paulista. A prefeita não conseguiu subir no trio elétrico montado para os políticos.
Ela foi sozinha para participar da manifestação seguinte, com o mesmo objetivo, mas no Rio de Janeiro. Na ocasião, Adriane conseguiu conversar rapidamente e tirar uma selfie com Bolsonaro no café da manhã no hotel.
Até junho, a prefeita dava como certo o apoio de Bolsonaro á sua reeleição. O ex-presidente a frustrou, mas alguns bolsonaristas aderiram à campanha da prefeita desde o primeiro turno.
Durante um dos debates no primeiro turno, Rose Modesto (União Brasil), a adversária de Adriane, revelou que fez campanha e votou em Bolsonaro há dois anos. Na ocasião, ela apoio Capitão Contar, que teve o apoio do ex-presidente no primeiro turno.
O grande enigma é saber se o apoio de Bolsonaro basta para Adriane vencer a eleição. Em 2022, o governador Eduardo Riedel venceu o pleito ao unir petistas e bolsonaristas no mesmo palanque.