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    No Divã Em Paris – Camus, o homem revoltado

    Edivaldo BitencourtBy Edivaldo Bitencourt05/10/20244 Mins Read
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    Mário Pinheiro, de Paris – No apogeu dos intelectuais existencialistas, era moda obter a carteira do Partido Comunista, contrariar o sistema, se contrapor, duvidar de tudo. Ser comunista era estar contra as injustiças, a favor do bem comum, e, sobretudo, contra as atrocidades. Entre as figuras mais conhecidas estavam Jean-Paul Sartre, Simone de Beauvoir, Albert Camus, poetas e artistas.

    Após a morte do primeiro secretário do partido, Vladimir Ilitch Oulianov, mais conhecido como Lênin, havia seis candidatos para dirigir a Rússia, mas Joseph Vissarionovitch, o Stalin, se precipitou, assassinou os concorrentes pra obter a direção do país.

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    Stalin prometeu transformar a Rússia num país industrializado, competitivo, moderno a qualquer preço. E de fato ele fez o que prometeu, mas o plano agrícola matou de fome mais de cinco milhões de ucranianos que foram privados das colheitas e também das máquinas e utensílios de uso do cotidiano. Era evidente em toda a Europa a catástrofe causada por Stalin. Em protesto, muitos intelectuais e artistas rasgaram a carteira do partido comunista, entre eles Albert Camus.

    E Camus escreveu seu livro “o homem revoltado” contra os horrores cometidos pelo partido, e isso não foi do agrado do círculo dos intelectuais que romperam a amizade com o filósofo. Camus apenas foi fiel a seus princípios de humanismo. Os outros fizeram de conta que a matança era necessária para engrandecer o partido, a visão de homem na propaganda do ego.

    Não é necessário ser membro de partido pra ser contra atrocidades. Ora, o que existe hoje no Oriente Médio são horrores causados por um país que se passa por vítima toda vez que invade o território de alguém, seja pela desculpa de eliminar terrorista ou pela simples tentativa de execução do plano colonial.

    Gaza foi massacrada de forma covarde pelo exército de Israel com a morte de mais de 41 mil pessoas, das quais, aproximadamente 15 mil eram crianças. O Líbano é a bola da vez para excluir da face da terra o Hezbolah que teve seu líder supremo assassinado por uma bomba, segundo especialistas franceses, de 800 quilos, capaz de atingir um bunker a vinte metros de profundidade.

    A dor pela perda de Hassan Nasrallah foi muito sentida pelos chiitas do Irã. A guerra toma outra direção e agora inclui os Estados Unidos para usar sua cortina de ferro capaz de interceptar os mísseis iranianos. Se Israel não tivesse passado dos limites, este conflito seria desnecessário.

    Se Camus estivesse em nosso meio, com certeza estaria contra a exaltação bélica do país que corrompe todas as regras do humanismo em nome do colonialismo moderno. Camus tem em seu currículo o inventário da revolta, revolta contra os desmandos e a mania de grandeza que se expõe pela ligação religiosa da terra (des) prometida.

    Em Nietzsche esta revolta estaria no meio literário, mas que restitui a natureza humana. A revolta de Camus não é metafísica, é real, mas ignorada. Diante da miséria do homem submisso, Dostoievski punha sua revolta perante Deus ao apresentar a humilhação e a servitude que nasce do caos. A revolta deve brotar da não aceitação da arrogância de homens incapazes de estender a mão.

    Camus se revoltou também quando os nazistas se insurgiram na tentativa de se apoderar dos escritos de Nietzsche. Hoje nos revoltamos contra a impotência das pessoas em ler um livro, da incapacidade de tecer uma crítica sem destruir o outro. 

    (*) Mário Pinheiro é jornalista pela UFMS, mestre em Sociologia da Comunicação, filósofo e doutor em Ciências Políticas ambos por Dauphine, Paris. Ele escreve aos sábados.

    filosofia MÁRIO PINHEIRO NO DIVÃ EM PARIS

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