Cézar Lopes – O Brasil vive uma epidemia não declarada. Para longe de exageros, o Banco Central do Brasil acabou de publicar um relatório onde afirma que beneficiários do Bolsa Família gastaram R$ 3 bilhões de reais com casas de apostas, os famosos Bets.
A tentativa de normalizar um ato “inofensivo” de apostar em resultados de jogos e lutas tem trazido ruína para os lares de todas as classes sociais do país.
Veja mais:
Dedo de Prosa e Nossos Direitos – Indignação e a nulidade no plenário do tribunal do júri
Dedo de Prosa e Nossos Direitos – Justiça em Chamas
Dedo de Prosa e Nossos Direitos – Justiça por linhas tortas!
A situação só piora quando vemos até famosos envolvidos em investigações policiais que causam repercussão nacional.
A falta de regulamentação e de lei fomenta ainda mais as ilegalidades, principalmente a lavagem de capitais que, dia após dia, volta as mídias nacionais com operações policiais.
Os tempos mudaram, outrora bingos e cassinos, hoje jogos e casas de apostas online. A legislação, porém, continua a mesma de 1946, nada se alterou e não acompanhou a metamorfose dos jogos de azar.
Se a embalagem é nova, o conteúdo continua o mesmo.
O legislador pátrio mais uma vez, a exemplo das leis criminais ambientais, cochilou. Há no horizonte apenas o projeto de lei 2234/2022, já aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado, com vistas a regulamentar as casas de apostas online e jogos de azar online, que deverá ser votada em plenário, porém, sem prazo definido.
Até lá, a farra das casas de apostas e jogos de azar online irá se perpetuar e a população continuará indefesa ante a avalanche de compulsões disponíveis no ambiente virtual.
Que não tarde a lei, pois o vício e a compulsão descontrolada do povo nessa “nova” droga já faz muitas vítimas.