Após derrubar os grupos comandados pelo empresário Jamil Name e pelo deputado estadual Neno Razuk (PL), o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) deflagrou, nesta quinta-feira (26), a Operação Forasteiro contra a exploração do jogo do bicho por uma suposta organização criminosa paulista. O grupo atuava na Capital desde 2021 e movimentava R$ 5 milhões por mês.
O Gaeco e o DRACCO (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado) cumpriram sete mandados de prisão preventiva e 30 de busca e apreensão em Campo Grande e Aquidauana, em Mato Grosso do Sul, São Paulo e Pompeia, em São Paulo, e Araguaína, no Tocantins.
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“O trabalho investigativo perdurou por aproximadamente 9 meses e revelou a atuação de uma organização criminosa autointitulada ‘MTS’, cujas lideranças são originárias do Estado de São Paulo, mas que se instalaram em Campo Grande para explorar o ‘jogo do bicho’ e as chamadas máquinas caça-níqueis, praticando, ainda, outros crimes correlatos, necessários para viabilizar a atividade ilícita principal”, informou o Ministério Público Estadual.
“ O grupo, que já explorava essa atividade ilícita em outras localidades do país, passou a atuar nesta Capital pelo menos a partir de meados de 2021, aproveitando-se do vácuo de poder ocasionado pela queda de outra organização criminosa que aqui explorava, há décadas, essas modalidades de jogo e que foi debelada pela Operação Omertà”, destacou, sobre a ofensiva contra a família Name.
O MTS tem mil bancas de apostas e arrecadava R$ 5 milhões por mês em Campo Grande. A ofensiva contra o grupo foi a última deflagrada contra a exploração da jogatina na Capital.
Em setembro de 2019, o Gaeco e o Garras foram às ruas para desmontar a suposta organização criminosa criada por Jamil Name e Jamil Name Filho. Pai e filho foram presos e a estrutura desmontando na Capital.
No ano passado, o Gaeco deflagrou a Operação Sucessione, que mirou a suposta organização criminosa chefiada pelo deputado estadual Neno Razuk.
A Operação Forasteiro teve o apoio de equipes do Gaeco do Ministério Público de São Paulo e das Polícias Civil e Militar de SP, além do Batalhão de Choque e o Bope (Batalhão de Operações Especiais) e da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul.
O nome da operação faz alusão ao fato de a organização criminosa ser liderada por indivíduos naturais do Estado de São Paulo que migraram para o Estado de Mato Grosso do Sul para exercer o monopólio dos jogos de azar em Campo Grande, o que já faziam em suas localidades de origem.