A PF (Polícia Federal) investiga suspeita de compra de votos em Corumbá, a 428 km de Campo Grande. Na última sexta-feira (dia 20), foram apreendidos R$ 3.650 em espécie (divididos nominalmente), 172 folhas de recibos com anotações a mão e 79 folhas com dados pessoais (nome, endereço, bairro, título e celular).
O material estava com uma advogada, cujo irmão é candidato a vereador. “No dia 20 de setembro de 2024, durante diligências da Polícia Federal em Corumbá para investigar compra de votos, Laura Cristinne Vieira Pereira Guedes foi abordada com indícios de envolvimento em atividades ilícitas ligadas à campanha de seu irmão, Matheus Cazarin. Ela admitiu contratar e pagar colaboradores da campanha sem controle formal ou documentação adequada”, informa o inquérito da PF.
De acordo com o documento, os recibos manuais, dinheiro em espécie e listas com dados pessoais, sugerindo possíveis irregularidades no financiamento da campanha e compra de votos, exigem aprofundamento das investigações. Como análise do material, quebras de sigilos e depoimentos. A advogada se manteve em silêncio na delegacia da PF.
Na apuração sobre a suspeita de compra de votos, os policiais acompanharam a movimentação na casa onde estaria o dinheiro e o deslocamento das pessoas. O carro da advogada parou em frente a uma residência e mulher foi fotografada assinando um papel. Na sequência, as pessoas foram abordadas pela PF.
Na abordagem, Laura disse levar dinheiro no carro para o pagamento dos cabos eleitorais da campanha do irmão. As pessoas faziam entregas de panfletos, agitação de bandeiras e divulgações em redes sociais. Porém, as contratações eram verbais, sem formalização.
Ainda de acordo com ela, os pagamentos aconteciam a cada 15 dias, com valores de R$ 50 a R$ 300. E não sabia dizer qual o critério utilizado para definir o pagamento, pois já recebia os valores divididos e com os nomes. A PF ainda apreendeu o celular de Laura e dois cadernos.
O candidato – Engenheiro, Matheus Cazarin (PSB) informou à Justiça Eleitoral que não tem bens. A campanha arrecadou R$ 8 mil, fruto de uma única doação. As despesas totalizam R$ 7.612 para custear serviços contábeis (R$ 2.500), material de divulgação (R$ 2.112) e três cabos eleitorais (R$ 3 mil, sendo R$ 1 mil para cada).
De acordo com o Diário Corumbaense, a Justiça Eleitoral cegou a indeferir o pedido de registro da candidatura de Matheus Pereira Cazarin Silva, de 33 anos, por hipótese de inelegibilidade decorrente de multa por doação acima do limite legal. Contudo, o TRE (Tribuna Regional Eleitoral) acolheu recurso interposto pelo candidato e reformou a sentença.