O partido de Jair Bolsonaro (PL) excluiu um bolsonarista raiz, o ex-deputado estadual Rafael Tavares (PL) da lista de candidatos a vereador “favoritos” do ex-presidente em Campo Grande. Além disso, ele teve direito a metade do repasse e da estrutura por não apoiar o candidato a prefeito Beto Pereira (PSDB).
“Estou sofrendo retaliação por não estar apoiando Beto”, admitiu o ex-deputado, após semanas de um longo silêncio. Defensor ferrenho de Bolsonaro, Tavares não aceitou a aliança com o PSDB.
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Ao ser questionado, sobre quais as retaliações, ele listou as medidas de que tem sido vítima. “Atraso no repasse, retiraram meu nome do site de candidatos, disseram que não estou ajudando o candidato do PSDB”, relatou.
“Deram o dobro de estrutura para outros candidatos”, ressaltou. Tavares recebeu R$ 200 mil para realizar a campanha a vereador da Capital. Além de ter sido um dos últimos a ter o dinheiro, ele ainda recebeu metade do valor destinado a “queridinha do ex-presidente, Ana Portela (PL).
A filha do presidente regional da sigla, Aparecido Andrade Portela, o Tenente Portela, recebeu R$ 400 mil. O mesmo valor foi repassado para o ex-deputado federal Loester Trutis, o Tio Trutis (PL), que também é famoso por defender o ex-presidente, mas que já vem defendendo uma aliança com o PSDB há muito tempo.
“Em resumo, estou sendo perseguido por não apoiar o PSDB”, lamentou Tavares, sem nominar os responsáveis pela perseguição.
No entanto, ele não consta no site lançado por Bolsonaro com os seus candidatos a prefeito e a vereador em todo o País. Em Campo Grande, ele lista o candidato a prefeito Beto Pereira e vários candidatos do PL, menos o nome de Rafael Tavares.
Tavares chegou a ter o nome lançado por Bolsonaro para ser candidato a prefeito pelo PL em fevereiro deste ano. Logo em seguida, o ex-presidente o abandonou e sinalizou apoio a outros nomes, como o deputado estadual João Henrique Catan (PL) e a prefeita Adriane Lopes (PP). Ele acabou fechando com Beto Pereira.
Em 2022, o ex-presidente declarou apoio ao candidato a governador Capitão Contar (PRTB) no primeiro turno. No entanto, no segundo turno, Bolsonaro ficou neutro e deixou claro que apoiava os dois candidatos, Contar e Eduardo Riedel (PSDB).