O conflito entre indígenas e policiais militares terminou com a morte de um jovem de 18 anos na manhã desta quarta-feira (18) em Antônio João (MS). A morte ocorreu na terra indígena Nhanderu Marangatu, região marcada pelo conflito há décadas, e que já teve feridos no último confronto.
A morte do jovem identificado como Neri Guarani Kaiowá foi divulgada pelo CIMI (Conselho Indiginista Missionário), órgão ligado à Igreja Católica. Os indígenas e policiais teriam entrado em confronto na Fazenda Barra, uma das áreas alvos da retomada, como é definida pelos povos originários. Produtores rurais definem como invasão.
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Além da morte, uma mulher teria ficado ferida e os barracos foram destruídos dentro da propriedade rural.
“A violência contra os Guarani e Kaiowá começou na madrugada e seguiu pela manhã. A Polícia Militar arrastou o corpo de Neri para um pedaço de mata. A ação dos policiais gerou revolta entre os indígenas, que passaram a avançar para o local em que o corpo foi levado. Novos confrontos se estabeleceram, mas os policiais seguiram com a decisão de afastar o corpo dos Guarani e Kaiowá”, diz postagem na página do CIMI.
Na quinta-feira (12), três indígenas ficaram feridos a tiros. Eles culparam a PM pelos ferimentos. O caso teve repercussão nacional.
O Campo Grande News conversou com os policiais. Eles informaram que “os indígenas investiram contra a tropa usando inclusive armas de fogo. Em resposta, ainda segundo a versão dos policiais, o indígena foi atingido e morreu”.
A Força Nacional não está no local do conflito.