O Partido Progressistas transferiu no total R$ 2,9 milhões aos 30 candidatos a vereador em Campo Grande. Sete parlamentares que disputam a reeleição receberam R$ 200 mil cada para suas campanhas, a única exceção é Marcos Tabosa, que rejeitou a ajuda da sigla. Figuras ligadas à gestão da prefeita Adriane Lopes também receberam o teto do valor repassado pelo PP.
Conforme as prestações de contas à Justiça Eleitoral, os vereadores Beto Avelar, Delei Pinheiro, Dr. Sandro Benites, Professor João Rocha, Professor Riverton, Valdir Gomes, receberam R$ 200 mil. Até mesmo Tiago Vargas, que teve a candidatura indeferida, recebeu este valor. O que representa R$ 1,4 milhão, ou seja, praticamente a metade do total repassado pelo PP.
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O único a ficar de fora da lista, por decisão própria, é o vereador Marcos Tabosa. “Eu acredito numa política diferente. Eu acredito que os candidatos deveriam evitar ao máximo a utilização do dinheiro público nas eleições”, justifica. Até o momento, o sindicalista do Sisem (Sindicato dos Servidores) angariou R$ 6 mil para a campanha, metade em doação de pessoas físicas e o restante de recursos próprios.
Candidatos que eram ligados ao Paço Municipal também receberam R$ 200 mil para suas campanhas. É o caso do ex-vereador Chiquinho Telles, que foi subsecretário de Articulação Social e Assuntos Comunitários, e de Juliana Gaioso, ex-assessora no gabinete de Adriane Lopes.
Gaioso é investigada e foi alvo da Polícia Federal, em dezembro de 2022, suspeita de orquestrar atos antidemocráticos. Na época, a comunicóloga negou ter cometido qualquer irregularidade nas manifestações em favor do golpe militar.
O juiz federal aposentado Odilon de Oliveira ganhou do partido R$ 100 mil. Candidato a governador, em 2018, e a senador nas últimas eleições, o magistrado tenta neste ano uma cadeira de vereador. Seu filho, Odilon de Oliveira Júnior, é presidente da Agência Municipal de Regulação.
O ex-secretário de Juventude Maicon Nogueira recebeu R$ 140 mil, menos do que postulantes que não tiveram cargo de confiança, mas são figuras conhecidas entre bolsonaristas. A médica Sirlei Ratier ganhou R$ 200 mil para buscar uma vaga na Câmara Municipal de Campo Grande.
Figurinha carimbada nas manifestações de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Sirlei Ratier fechou acordo neste ano para deixar de responder a ação penal privada por ter chamado o deputado federal Geraldo Resende (PSDB) de assassino em janeiro de 2022.
A sargento da Polícia Militar Betânia Kelly Rodrigues também recebeu R$ 200 mil e sua campanha tem como base o “conservadorismo, a defesa da vida e dos valores da família”.
No cenário nacional, o PP faz parte do grupo braço direito de Bolsonaro, mas em Mato Grosso do Sul, o ex-presidente está no palanque do deputado Beto Pereira (PSDB). O que deixa os bolsonaristas do Progressistas em um impasse quanto ao uso do nome do ícone da extrema direita do País.
Na turma de candidatos menos famosos, Maria Helena Bonotto recebeu R$ 140 mil, Angélica Fontanari, R$ 100 mil, Pastor Joelson Feliciano, R$ 70 mil, e foram repassados a Maria Helena, Donda Delmondes, Fabio Castro, Gil do Bosque, José dos Santos, Marcia Gazula, e Professora Luciane Alves, R$ 20 mil cada um.