O presidente afastado da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul, Francisco Cezário, deixou a prisão, no final da tarde deste sábado (14). Preso há 17 dias no Presídio Militar Estadual, o imperador do futebol sul-mato-grossense provou que a notícia da ida à sede da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) era fake news e o juiz Márcio Alexandre Wust, da 6ª Vara Criminal, revogou a prisão preventiva.
De acordo com o advogado Júlio César Marques, o magistrado acatou o argumento da defesa de que Cezário não foi ao Rio de Janeiro para emplacar um aliado no comando da FFMS. O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) usou a notícia de um site para pedir a prisão do rei do futebol.
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A defesa rebateu e alegou que bastava pedir o registro do monitoramento eletrônico para provar que Cezário não descumpriu nenhuma medida cautelar imposta pela Justiça na Operação Cartão Vermelho.
“O teor da decisão foi sobre ter sido comprovado que o Cezario não foi para o Rio de Janeiro, e que as pessoas que fizeram visitas na casa dele não são dirigentes da Federação”, argumentou Marques.
Cezário é réu pelo desvio de R$ 10 milhões da Federação de Futebol. Ele e os sobrinhos são acusados por integrar organização criminosa. Ele foi preso na Operação Cartão Vermelho e acabou sendo liberado, pela primeira vez, por habeas corpus concedido pela desembargadora Elizabete Anache, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.
O Gaeco alegou, para pedir a segunda prisão, que Cezário tinha se reunido com dirigentes de clubes e com o representante do Governo do Estado na reformulação do futebol, Júlio Brant. O MPE apontou que ele tentava manter a influência nos rumos da federação, apesar da determinação judicial para se afastar do comando do futebol.
A revogação da prisão ocorreu na sexta-feira e Cezário deixou a prisão na tarde deste sábado.