Os institutos de pesquisas concordam que a ex-superintendente da Sudeco, Rose Modesto (União Brasil), lidera a disputa pela Prefeitura de Campo Grande, mas divergem sobre a vantagem, que varia entre 2,5 a 15 pontos percentuais. Também não concordam sobre o 2º lugar – três apontam o deputado federal Beto Pereira (PSDB) e um, a prefeita Adriane Lopes (PP).
A Justiça Eleitoral vetou a divulgação de dois levantamentos do Instituto Veritá, o único que acertou o resultado do primeiro turno nas eleições de 2022. A empresa foi a única a antecipar que o então deputado estadual Capitão Contar (PRTB) terminaria o pleito em primeiro lugar.
Veja:
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Adriane lidera rejeição na Capital, seguida de Rose, Beto e Camila logo atrás, diz Quaest
Camila cresce e encosta em Adriane em nova pesquisa Quaest; Rose lidera com 33%
A última liminar para suspender a divulgação foi solicitada pela coligação de Adriane. Ela apontou que o instituto não indicou a origem dos recursos despendidos para a realização da sondagem. O outro problema foi a não comprovação da regular inscrição do estatístico Guilherme Alvarenga Laia no Conselho Regional de Estatística.
O juiz F. V. Andrade Neto impôs multa diária de R$ 2 mil em caso de descumprimento da decisão e divulgação da pesquisa. O instituto registrou duas pesquisas e foi proibido de divulgar as duas. Outros dois institutos, 100% Cidades e Ômega, já foram proibidos de divulgar os resultados sobre as eleições para prefeito da Capital neste ano.
Aliás, o erro do Ipec na véspera do primeiro turno, que apontou o ex-governador André Puccinelli (MDB) em primeiro com 28% na véspera da eleição – ele terminou em 3º com 17,2%. Neste ano, a TV Morena trocou a empresa dos ex-executivos do Ibope pela Quaest.
Até o momento, quatro institutos conseguiram divulgar os resultados das pesquisas: Instituto Ranking Brasil Inteligência, Novo Ibrape/Campo Grande News, Quaest/TV Morena e Ômega/O Estado de MS.
As divergências
Os quatro concordam que Rose lidera a disputa pela prefeitura. No entanto, há uma divergência de 10 pontos percentuais sobre os números da candidata do União Brasil, que oscila entre 27,8%, apontada pelo Novo Ibrape, e 37%, do Ranking Brasil.
Eles também divergem sobre a vantagem da ex-deputada federal sobre o principal adversário. O Ranking aponta que Rose ampliou a vantagem para 15 pontos percentuais sobre o 2º colocado, Beto Pereira. Já o Ômega aponta que a vantagem dela sobre Adriane é de apenas 2,5 pontos percentuais.
Há uma divergência de sete pontos percentuais sobre os percentuais do candidato tucano. Beto chega a 22% no Ranking Brasil, enquanto tem apenas 15% na Quaest. Ele está em 2º lugar segundo o Ranking, Novo Ibrape e Quaest.
A diferença dos percentuais de Adriane chega a 14,4 pontos percentuais, já que ela tem 28,4%, de acordo com o Ômega (o único que a aponta em 2º lugar), e 14%, conforme a sondagem da Quaest.
Camila Jara (PT) está em 4º lugar em todos os levantamentos. No entanto, a diferença entre as pesquisas chega a quase sete pontos percentuais, já que a petista chega a 9%, segundo o Quaest, mas obtém apenas 2,7% na pesquisa do Ômega.
Candidatos | Ranking Brasil | Novo Ibrape | Quaest | Ômega |
Rose Modesto | 37% | 27,8% | 33% | 30,9% |
Beto Pereira | 22% | 20,2% | 15% | 16,9% |
Adriane Lopes | 17,20% | 14,1% | 14% | 28,4% |
Camila Jara | 7|% | 7,9% | 9% | 2,7% |
Beto Figueiró | 2,2% | 1,9% | 2% | 0,40% |
Ubirajara Martins | 0,3% | 0,4% | 2% | 0,40% |
Luso Queiroz | 0,2% | 0,3% | 0% | 0,30% |
Jorge Batista | 0,1% | 0,7% | 0% | 0% |
Média das pesquisas
Na média das quatro pesquisas, Rose lidera com 32,17% e obtém uma vantagem de 13,6 pontos percentuais sobre o 2º colocado. Se a eleição fosse hoje, a ex-superintendente da Sudeco estaria no 2º turno.
Beto Pereira (18,52%) e Adriane Lopes (18,42%) empatam em 2º lugar e teriam uma disputa alucinante voto a voto por uma vaga no segundo turno. A prefeita está em empate técnico graças ao levantamento da Ômega, que lhe apontou com 28,4%.
Camila teria 6,65% na média das pesquisas, enquanto Beto Figueiro (Novo) ficaria com 1,62%.
Objetivo das pesquisas
No atual momento, de acordo com o cientista político Tércio Albuquerque, o principal objetivo das pesquisas eleitorais é mostrar aos candidatos como os eleitores estão recebendo a campanha e as propostas previstas no plano de governo. Com base nas sondagens, eles podem alterar a propostas ou a forma de apresentar a mensagem para conquistar o eleitorado.
Por outro lado, Albquerque avalia que existe a possibilidade do primeiro colocado, no caso de Rose, consolidar a liderança com o início da campanha e do horário eleitoral gratuito. Enquanto os outros candidatos vão buscar aperfeiçoar para melhorar a performance nas próximas pesquisas.
O cientista político avalia que a pesquisa tem pouca influência sobre o eleitor no início da campanha eleitoral. “As mais próximas ao pleito influenciam muito aqueles que ‘não querem perder o voto’ e só votam em quem está com muita chance de ganhar. O chamado voto útil”, explicou.