Deputado federal de Mato Grosso do Sul, Marcos Pollon (PL) votou pela cassação do mandato do colega Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. O parlamentar fluminense é réu pelo assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL).
A decisão seguiu o entendimento da relatora do caso, Jack Rocha (PT-ES), que defendeu a perda do mandato de Brazão por condutas incompatíveis com o decoro parlamentar. Foram 15 votos a favor da cassação e apenas um contra, na sessão de quarta-feira (28). A defesa do deputado ainda poderá recorrer à Comissão de Constituição e Justiça da Casa.
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Em abril deste ano, Marcos Pollon e Rodolfo Nogueira, PL, e Dr. Luiz Ovando (PP) votaram contra a manutenção da detenção de Chiquinho Brazão, que foi preso pela Polícia Federal após vir à tona que o deputado seria um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco, em 2018.O trio defendia o entendimento de que a prisão era ilegal, mas acabaram derrotados.
Para que Brazão perca o mandato, a recomendação do Conselho de Ética precisará ser aprovada pelo plenário da Câmara por, no mínimo, 257 dos 513 deputados.
Em seu relatório, Jack Rocha apontou que há provas “robustas” de que Brazão cometeu “irregularidades graves no desempenho do mandato” e que é “verossímil” a conclusão da Polícia Federal e da Procuradoria-Geral da República de que o deputado é um dos mandantes da execução de Marielle.
O parlamentar fluminense nega qualquer envolvimento no atentado que matou Marielle e o motorista Anderson Gomes em 2018. Em sua defesa, nesta quarta, ele repetiu que é “inocente” e que a vereadora era sua “amiga” no período em que dividiram mandato de vereador na Câmara Municipal do Rio.
A investigação conduzida pela PF concluiu que Chiquinho e o irmão, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro Domingos Brazão, foram os mandantes da execução de Marielle. Os dois estão presos desde março e são réus no Supremo Tribunal Federal por homicídio qualificado e tentativa de homicídio.