O ex-secretário de Obras e Infraestrutura de Terenos Isaac Cardoso Bisneto completou duas semanas preso preventivamente após a deflagração da Operação Velatus, em 13 de agosto. Ele é apontado como comandante do suposto esquema de fraude em licitações e desvio de dinheiro público da prefeitura.
Isaac Cardoso chegou a entrar com um pedido de liminar de liberdade provisória ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, mas foi rejeitado pelo desembargador Luiz Claudio Bonassini da Silva, da 3ª Câmara Criminal, no último dia 15. Dias depois, o ex-secretário desistiu do habeas corpus. Atualmente, a solicitação de revogação da prisão preventiva corre na Vara Única de Terenos.
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A defesa alega que não existem mais motivos para manutenção da prisão e que Isaac Cardoso reside atualmente em Campo Grande, tendo sido exonerado da Secretaria de Obras e Infraestrutura de Terenos em 1º de agosto. Além disso, não exerce qualquer cargo público na prefeitura tem “qualquer possibilidade” de contato com qualquer pessoa envolvida no processo.
O Ministério Público Estadual, por outro lado, afirma que, após análise preliminar dos dados constantes no celular apreendido com Isaac Cardoso Bisneto, foram identificados indícios no sentido de que ele continuou frequentando de forma presencial a Prefeitura de Terenos, com o objetivo de tratar sobre obras municipais, mesmo após ser exonerado do cargo de secretário.
“Desse modo, na medida em que o investigado Isaac, mesmo após ter sido exonerado, continuou comparecendo à Prefeitura Municipal de Terenos com o objetivo de tratar de assuntos relacionados à Secretaria de Obras e Infraestrutura, inclusive auxiliando outro investigado (Sansão Inácio Rezende), tem se que se mantêm inalterados os fundamentos que serviram de base para o decreto prisional”, diz a manifestação do MPE anexada aos autos nesta quarta-feira (28).
Isaac Bisneto teve a prisão preventiva decretada pelo juiz Luciano Pedro Beladelli, em substituição na Vara de Terenos. O mandado foi cumprido no dia 13 de agosto com a deflagração da Operação Velatus, com o apoio do GECOC (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).
Titular da pasta de Obras na gestão de Henrique Wancura (PSDB), Bisneto é acusado de usar o pai, Isaac Neto, para receber propina paga pelos empresários que participavam do esquema criminoso na cidade, que fica a 23 quilômetros de Campo Grande.
Os empresários Cleberson Chavoni Silva, da Bonanza, e Sandro José Bortoloto, da Angico Construtora, tinham uma planilha dos repasses feitos para Isaac e para o ex-chefe de gabinete do prefeito, Tiago Lopes de Oliveira. Em uma das transferências, o valor pago ao genitor do secretário de Obras foi de R$ 21 mil.