Dos 232 candidatos a prefeito em Mato Grosso do Sul, 27 (11,63%) declararam não possuir nenhum tostão, segundo a Justiça Eleitoral. Na contramão da maior parte dos políticos, há ex-prefeito e ex-vereador que perderam uma fortuna após assumir o cargo público. Em Dourados, três dos sete candidatos não possuem nenhum bem.
Entre os oito candidatos a prefeito na Capital, o cientista social Luso Queiroz (PSOL) é o mais pobre de todos, já que declarou não possuir nenhum bem ou aplicação financeira. Ele tentou ser candidato a deputado estadual há dois anos, quando também não possuía nenhum patrimônio declarado.
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Em Dourados, três candidatos – Beto Teles (Rede), Racib Harb (Novo) e Valderi Garcia (PCO) – informaram não ter nenhum centavo. Agricultor e indígena, o candidato do PCO está na primeira disputa.
Por outro lado, o farmacêutico Racib está na 5ª eleição e disputou os cargos de vereador, prefeito e deputado estadual. Em 2012, ele chegou a declarar patrimônio de R$ 15 mil. Em 2020, o candidato do Novo informou possuir R$ 35 mil. Há dois anos, quando tentou uma vaga de deputado estadual, ele declarou possuir R$ 55 mil. Agora, não tem nada.
Professor, Beto Teles está na 3ª eleição. Quando foi candidato a prefeito de Sidrolândia em 2016, ele informou possuir R$ 4.733 de patrimônio, sendo um veículo e uma monotoneta. Em 2014, quando tentou uma vaga de deputado federal, ele não tinha patrimônio.
Pobres após entrar na política
Candidato a prefeito de Terenos, o produtor rural Sebastião Donizete Barraco (MDB) afirmou não possuir nenhum patrimônio em 2024.
No entanto, ele ficou pobre após ser eleito prefeito de Terenos em 2016, quando declarou possuir patrimônio de R$ 272 mil. Quatro anos depois, em 2020, ele informou ter R$ 220 mil, o que incluía caminhão, colheitadeira e trator.
O mesmo fenômeno ocorreu com o ex-prefeito de Corguinho, Dalton Lima (PRD), que não declarou nenhum centavo. Há quatro anos, quando disputou uma vaga na Câmara Municipal, ele declarou R$ 950 mil em patrimônio, o que incluía uma chácara de R$ 700 mil e dois terrenos de R$ 220 mil.
Quando disputou a primeira eleição em 2004, Lima não tinha bens a declarar. Em 2008, ele informou possuir R$ 89,7 mil. Em 2012, quando foi eleito prefeito, declarou não ter patrimônio. Em 2020, o ex-prefeito chegou a declarar quase R$ 1 milhão – R$ 950 mil. Agora, informou não ter nada.
O prefeito de Bandeirantes, Gustavo Sprotte (PP), ficou pobre após ser eleito na última eleição. Nesta eleição, ele informou estar com o patrimônio zerado. No entanto, há quatro anos, quando disputou o cargo de vereador e acabou eleito prefeito na eleição suplementar, ele declarou R$ 385 mil, sendo uma casa de R$ 200 mil e uma loja de R$ 170 mil.
O advogado Djalma Furquim (PDT) já foi prefeito de Aparecida do Taboado. Ele foi eleito em 2004, quando não tinha nenhum bem a declarar. Em 2008, o pedetista informou patrimônio de R$ 76 mil. O valor caiu para R$ 60 mil em 2010 e R$ 50 mil em 2012. Nas eleições seguintes, ele sempre informou que não tinha patrimônio a declarar.
Vereador sempre pobre
Em Jaraguai, dos quatro candidatos a prefeito, dois – Edmar Soares da Silva, o Dr. Edmar (MDB), e Mário Nogueira de Souza (Republicanos) – não possuem patrimônio algum. O advogado está na primeira disputa.
Já Mário Nogueira é vereador desde 2016. Há 20 anos, em 2004, ele não tinha nenhum tostão. Em 2012, ele informou R$ 53,5 mil. Na eleição seguinte, quando foi eleito vereador, o patrimônio caiu para R$ 12 mil. E depois, zerou em 2020 e 2024.
Em Ribas do Rio Pardo, Elias da Silva Couto, o Mestre Elias (PDT) disputa a prefeitura sem nenhum bem. No entanto, quando foi candidato a vereador em Fátima do Sul há quatro anos, o pedetista declarou R$ 145 mil de patrimônio. Em 2016, também estava com o patrimônio zerado.
Por outro lado, mais de 80 candidatos possuem patrimônio milionário, que varia de R$ 1 milhão a R$ 107 milhões.