O Ministério Público Federal denunciou 14 pessoas investigadas pela Operação Prime, da Polícia Federal, entre as quais estão os irmãos Marcel Martins Silva e Valter Ulisses Martins Silva, e o empresário Claudinei Tolentino Marques. Eles são acusados de crimes como organização criminosa, tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro.
Além da Prime, o esquema é investigado pela Operação Sordidum. Ao todo, três grupos são investigados pela movimentação excessiva de dinheiro em Ponta Porã. A lavagem de capitais ocorria para legalizar o lucro com o tráfico de cocaína, que abastecia tanto grandes centros no Brasil quanto o mercado internacional. As movimentações financeiras atingem cifras de R$ 300 milhões, segundo o MPF.
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A PF e o MPF defendem que há provas de que Claudinei e seu irmão Luiz Antonio Tolentino Marques utilizam suas empresas para ocultar patrimônio dos irmãos Marcel Martins Silva e Valter Ulisses Martins Silva, sobretudo veículos de alto valor.
Os irmãos Tolentino e Marcel Martins foram presos durante a deflagração das operações, em 15 de maio deste ano. Valter Martins não foi encontrado pelos policiais e está foragido. A denúncia referente à Operação Sordidum ainda está em fase de elaboração pela Polícia Federal.
As ações relacionadas à deflagração ocorreram simultaneamente nos estados de Alagoas, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraíba e São Paulo, além do Mato Grosso do Sul. As investigações apontaram que tenha havido o transporte de pelo menos seis toneladas de cocaína no decorrer dos três anos de apurações.
Empresas de fachada, de diversos ramos, cediam as contas para doleiros paraguaios. Para dificultar que se encontre o rastro do dinheiro, as contas são substituídas após poucos meses.
Um dos grupos tentava esconder a origem ilícita do dinheiro com aquisição de fazendas, movimentação em contas de terceiros e empresas de fachada.
Outro grupo alvo da operação Sordidum ocultava patrimônio em empresas na região de Maringá (PR), principalmente com garagens de veículos. A organização explorava a rota do tráfico com a cocaína saindo de Pedro Juan Caballero, no Paraguai, e Ponta Porã com destino a grandes cidades brasileiras.
Alvo da Prime, o terceiro grupo, com base em Dourados, mesclava capital lícito e ilícito por meio de loja de material de construção e construtora, liderado pelos irmãos Luiz Antonio e Claudinei Tolentino Marques.
A denúncia será analisada pelo juízo da 5ª Vara Federal de Campo Grande, conforme decisão publicada nesta segunda-feira (19) no Diário Eletrônico da Justiça Federal.