Em clima de festa, a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, do PP, foi oficializada candidata à reeleição na manhã deste sábado (30), mas o mais esperado ficou para depois, o anúncio do vice da chapa dela. O que ficou certo, ao menos pelo discursado pela candidata, é que a estratégia de campanha do PP, já de início, é a de mirar o candidato do PSDB, Beto Pereira, como alvo de ataques.
Na fala de Adriane, ela citou por seguidas vezes pertencer ao rol de pessoas com a “ficha limpa”, e não os incluídos na “ficha suja”. Embora não tenha tocado em nomes, a candidata do PP deixou claro que seu comentário tinha a ver com a recente relação divulgada pelo TCE-MS (Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul).
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A corte fiscal incluiu na lista o nome de Beto como integrante do time de ex-prefeitos que tiveram contas reprovadas por eventuais irregularidades. O tucano foi prefeito de Terenos por duas gestões. Políticos com nome da tida lista suja não pode se candidatar. Mas cabe recurso.
A lista do TCE foi duramente criticada pela cúpula do PSDB, que chamou o documento de “fajuto”, e que teria motivação política por ter sido exibido publicamente, justo no início dos registros das candidaturas.
Na coletiva de imprensa, neste sábado, participada por Adriane e a senadora Tereza Cristina, chefe estadual do PP e articuladora número 1 do projeto de reeleição da prefeita, as duas tentaram escapar do assunto ligado ao nome do ou da vice.
Para Adriane Lopes, “juntaram-se todos os políticos do passado, da história dessa cidade, foram todos para um lado só, mas a nossa preocupação não são as alianças dos políticos, porque a nossa aliança é com o povo de Campo Grande”.
Até uns 15 dias atrás, o assunto em questão era situação resolvida.
Era quase certo que o PP se juntaria na disputa municipal ao PL e seria o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro que indicaria o vice. Contudo, uma reviravolta política atrapalhou os planos de Terezinha e Adriane. O PL pulou de lado e anunciou aliança com o PSDB, de Beto.
Questionado se o fato de os tucanos firmarem pacto com Bolsonaro, não comprometeria o PP, a prefeita assim se manifestou:
“Eles [PSDB] se juntaram ao partido [PL], não ao povo”.
Ao menos por enquanto, o PP ofertou a vaga de vice ao ex-deputado estadual Capitão Contar, do PRTB. No entanto, o ex-parlamentar não disse sim nem não. Ao menos publicamente.
Pessoas bem próximas ao capitão disseram, neste sábado, durante a convenção, com veemência, à reportagem de O Jacaré que o convite já teria sido rejeitado. E isso era “decisão tomada e não deve ser invertida”.
Na coletiva, a senadora por duas vezes esquivou-se da questão. “Temos tempo para isso [divulgar o nome do vice]”, limitou-se Tereza Cristina, que logo deixou o local.
O assunto é fechado para comentários também entre a equipe que atua na campanha de Adriane. À reportagem, a única informação divulgada, é a de que o PP teria escolhido “o” e não “a” vice.
Na condição do anonimato, uma filiada ao PP, afirmou que “nomes” para vice o partido já tem e que isso seria resolvido assim que esgotado o “assunto Contar”.
O PP deve anunciar seu vice na segunda-feira, dia 5, segundo a senadora Tereza.
A convenção
Ao menos até agora, o PP firmou aliança com o Avante, mas, segundo a direção do partido, “pode surgir novas adesões” daqui em diante.
Cada sigla tem direito a lançar 15 candidaturas à Câmara dos Vereadores, das quais 11 homens e 9 mulheres.
Fala arriscada
Adriane Lopes empolgou-se em seu discurso, ao dizer que era a candidata da renovação. Ela está no poder, como vice, desde 2017. Assumiu a prefeitura em 2022, período que o então prefeito Marquinhos Trad, hoje no PDT, renunciou ao mandato para concorrer ao governo do Estado. Ou seja, Adriane cumpre expediente na prefeitura há quase oito anos.
Ela garantiu, na convenção, não ser “prefeita de gabinete”, e que tem proximidade com a população.
Se reeleita, promete fazer da cidade, Campo Grande, de “o território das oportunidades”.