Investigado por suspeita de assassinato de desafeto, o ex-prefeito de Anastácio Douglas Figueiredo foi abandonado pelo seu partido, o PSDB, e lançou a candidatura da esposa, Cynthia Anastácio Figueiredo, como pré-candidata à prefeita pelo União Brasil. O tucano era líder nas pesquisas, mas foi surpreendido ao ser trocado pelo secretário municipal de Saúde, Manoel Aparecido da Silva.
Cido, como é mais conhecido, foi apadrinhado pelo presidente municipal do PSDB e prefeito de Anastácio, Nildo Alves. Douglas Figueiredo chegou a declarar que cobraria do comandante estadual tucano, o ex-governador Reinaldo Azambuja, a manutenção de sua candidatura, mas ainda nesta quinta-feira (1º) já mudou o discurso nas redes sociais e aderiu à campanha de Cynthia Anastácio.
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“Existe um acordo com o presidente da executiva estadual, Reinaldo Azambuja, e o presidente da municipal, Nildo Alves, que o critério seria pesquisa para escolha do candidato a prefeito em Anastácio, o que achei justo e natural. Pesquisas foram feitas e mostraram eu liderando em todos os cenários. Espero que até sexta-feira, o compromisso seja cumprido, até porque não entrei no partido pela porta do fundo, fui convidado pelos presidentes da estadual e municipal, e mudar a regra do jogo não seria correto”, declarou Figueiredo ao Midiamax, na manhã de quinta-feira.
“Caso ocorra minha substituição, encararei com serenidade, e apoiarei a candidata a prefeita pelo União Brasil, Cynthia Anastácio, empresária, pecuarista, que possui ótimos índices de aprovação pela população, pois nunca disputou cargo eletivo”, anunciou mais tarde ao Top Mídia News.
No decorrer do dia, a mudança de estratégia começou a se refletir nas redes sociais do ex-prefeito e passou a massificar a divulgação da ex-primeira-dama. Durante a gestão de Douglas Figueiredo, ela exerceu a função de secretária de Assistência Social.
A convenção do União Brasil que deverá confirmar o nome de Cynthia está marcada para a próxima segunda-feira, 5 de agosto, último dia para a homologação de candidaturas.
Figueiredo chegou a ser preso em maio deste ano, em investigação pelo pelo assassinato do ex-vereador e suplente na Câmara Municipal de Anastácio, Wander da Silva Vital, o Dinho Vital (PP).
Dois policiais militares mataram o ex-vereador após o progressista brigar com Douglas na festa de comemoração dos 59 anos de Anastácio, ocorrida no dia 8 de maio. A versão inicial era de que houve confronto entre o político e os policiais. No entanto, Dinho Vital foi morto com tiros pelas costas e não houve troca de tiros, conforme perícia do Ministério Público Estadual.
Moradores fizeram manifestação na cidade cobrando justiça e contestando a tese dos policiais, que atuariam como segurança de Douglas Figueiredo, de que a morte ocorreu em confronto.
O tucano sustenta que a investigação tem “viés político evidente, motivada por minha liderança nas pesquisas eleitorais”, como alegou à época da operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).
No meio político, era certa até antes do assassinato que o ex-governador Reinaldo Azambuja, do PSDB, iria apoiá-lo pela reeleição.