Advogado, professor e poderoso empresário do setor mobiliário de Campo Grande, Beto Figueiró foi legitimado candidato a prefeito de Campo Grande, ontem (terça-feira, 30), pelo Novo, sigla de direita, aliadíssima ao ex-presidente Jair Bolsonaro, do PL. Embora bolsonarista de carteirinha, o candidato anda descontente com o ex-presidente que estaria agindo errado politicamente ao firmar alianças “estranhas”, como a deliberada aqui na cidade, com o candidato do PSDB, o deputado federal Beto Pereira.
Um dos propósitos do concorrente do Novo, disse ele, é alcançar o segundo turno e que seu concorrente direto seja Beto Pereira para prová-lo que o parlamentar “nada tem a ver” com o que pregou o ex-presidente da República quando surgiu na política.
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Para Figueiró, a direita “ficou órfã”, pois, para ele, o concorrente tucano, teria fortes ligações com a esquerda e isso difere de “toda ideologia até então pregada pelo ex-presidente”.
Para o candidato do Novo, o ex-presidente teria traído o que expressava em discursos.
O candidato do Novo já concorreu ao Senado, a vice-governador de Mato Grosso do Sul e, agora, quer ser prefeito de Campo Grande e impor em sua administração um projeto que foque as atenções nas crianças.
Ele citou alguns exemplos já postos em prática em cidades do Paraná que oferta, nas escolas, seis refeições por dia. “Tem escola que dá alimentação às crianças até no domingo”, disse ele que, se vencer, copiaria tais planos e pôr em prática em Campo Grande.
A vice escolhida como vice por Figueiró é a médica Cynthia Duailibi, que nunca se envolveu com a política. O Novo lançou 30 candidatos a mandatos de vereador, dos quais 21 homens e 9 mulheres. A aposta do partido é que ao menos dois sejam eleitos. Hoje o Novo é dono de um mandato em legislativo municipal em MS.
Figueiró disse que antes de interessar-se pela disputa pela prefeitura foi sondado pela atual prefeita e candidata à reeleição Adriane Lopes, do PP. Ele revelou ter sido convidado a concorrer como vice de Adriane, mas não quis.
Na eleição passada, Beto Figueiró foi candidato a vice-governador de MS, pelo PRTB na chapa conduzida pelo capitão Contar, ex-deputado estadual. Os dois teriam conversado antes das movimentações pelas candidaturas e Figueiró preferiu seguir um rumo diferente. Contar hoje ainda define se concorre, ou não, ao pleito.
Campanha franciscana
Beto Figueiró disse que o partido deva receber apoio financeiro da sigla nacional, mas “muito pouco. Revelou o candidato, que a legenda deva recorrer as conhecidas vaquinhas virtuais.
“Nossa campanha será franciscana. Vamos abrir vaquinhas virtuais. Eu estou sendo candidato porque a direita está órfã e quem é genuinamente de direita sabe o valor de cada candidato, então eleitor não vai perdoar o que está sendo feito aqui”, disse ele referindo-se às alianças desenhadas até agora, como a do PL, de Bolsonaro, e o PSDB.
Segundo a direção do partido, a cada R$ 1 arrecadado por meio da vaquinha, o Novo nacional deve repassar R$ 0,50, como meio de custear a campanha dos candidatos.
Comunismo
Para Figueiró, o PSDB teria ligação, inclusive com siglas tidas como comunistas, caso do partido Cidadania, que é federado aos tucanos.
O novo lançou candidaturas a prefeito e vereadores em 11 dos 79 municípios sul-mato-grossense. Com chapa pura. A ideia é que conquistar a máxima de vagas, meio de consolidar a base e, com isso, concorrer ao governo de MS, em 2026.
A convenção do Novo ocorreu no escritório de Beto Figueiró, uma suntuosa construção, que começa na Rua da Paz e só termina na rua General Odorico Quadros.