A 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul negou, por unanimidade, recurso do empresário André Luiz dos Santos, o André Patrola, que buscava retomar o despejo da psicóloga Maria Thereza Trad Alves. A irmã dos ex-prefeitos da Capital Marquinhos Trad (PDT) e Nelsinho Trad (PSD) estava com ordem para deixar o apartamento, mas conseguiu efeito suspensivo.
O desembargador Eduardo Machado Rocha, relator do caso, suspendeu a execução imediata do despejo por considerar haver “risco de dano de difícil reparação”. Patrola, então, entrou com agravo interno cível para conseguir novamente a desocupação do imóvel. No entanto, os desembargadores da 2ª Câmara Cível mantiveram a decisão favorável a Thereza Trad.
Veja mais:
Ameaçada de despejo por Patrola, irmã de Nelsinho ganha cargo no governo com salário maior
Tribunal de Justiça suspende despejo da irmã de ex-prefeito por não pagar aluguel há 3 anos
Cunhado e irmã dos Trad pedem sigilo em ação de despejo e justificam calote em André Patrola
“Neste agravo interno, a parte recorrente não trouxe nenhum fato novo capaz de ensejar a modificação da decisão monocrática, tampouco fez acompanhar suas razões de qualquer tipo de documento que possua tal potencial”, fundamentou Eduardo Rocha ao negar provimento ao recurso, em voto seguido pelos desembargadores Nélio Stábile e Ary Raghiant Neto.
A ementa do acórdão foi publicada no Diário Oficial de Justiça de quarta-feira, 24 de julho.
Maria Thereza Trad não paga o aluguel desde junho de 2021 e estava com ordem para deixar o apartamento de luxo em 15 dias, até conseguir o efeito suspensivo. O imóvel no Edifício Ile de France, na Rua Euclides da Cunha, no Jardim dos Estados, pertence a André Patrola, investigado na Operação Cascalhos de Areia.
Além do desvio milionário dos cofres do município, o empreiteiro é suspeito de ser laranja de Marquinhos. O ex-prefeito nega a acusação do Ministério Público.
O despejo havia sido determinado pelo juiz Maurício Petrauski, da 9ª Vara Cível de Campo Grande. Patrola cobra uma dívida de R$ 214 mil, referente ao aluguel de R$ 4,5 mil por mês – com desconto de R$ 1 mil com o pagamento em dia.
Tetê Trad, como é conhecida, quer um encontro de contas, já que alega ter desembolsado R$ 294 mil para realizar melhorias no imóvel, como móveis planejados e melhoria no ar-condicionado.
André Patrola também luta para despejar o cunhado dos Trad, o ex-secretário municipal de Saúde Leandro Mazina. Ele também mora em apartamento no mesmo edifício e não pagava aluguel.