Além da geração de três mil vagas de emprego, a fábrica de celulose da Suzano, a maior em linha de produção única do mundo, vai ampliar as exportações de Mato Grosso do Sul em R$ 5 bilhões por ano. O PIB (Produto Interno Bruto) vai ter salto de 3,5% em decorrência da nova indústria em Ribas do Rio Pardo, que começou a funcionar oficialmente na noite do último domingo (21).
De acordo com o secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, a fábrica de Ribas será uma das mais competitivas do mundo em termos de custo. O raio de produção é um dos menores – todo o eucalipto a ser usado na produção fica, no máximo, a uma distância de 65 quilômetros da fábrica. Em São Paulo, o raio é de 201 km.
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Serão 330 carretas de eucalipto por dia para dar conta da capacidade de 2,5 milhões de toneladas por ano. A maior parte será transportada por hexatrem, um caminhão formado por seis carretas e com capacidade para transportar 200 toneladas de toras por viagem. Verruck explicou que não vai pressionar as rodovias.
A produção da celulose será exportada a partir do terminal ferroviário de Inocência. A Suzano planeja fazer o percurso de 200 km entre Ribas do Rio Pardo e o local com carretas e, de lá, por trem até o Porto de Santos. O Governo aposta na recuperação da Malha Oeste para levar toda a produção da Suzano de Ribas por ferrovia até o porto.
A expectativa é de que a Suzano acrescente US$ 900 milhões por ano na balança comercial sul-mato-grossense, que terá um acréscimo de 8,5% em relação ao montante vendido para o exterior no ano passado. Em 2023, MS exportou US$ 10,54 bilhões. Em reais, a exportação terá acréscimo de R$ 5 bilhões.
O impacto no PIB de R$ 156 bilhões de MS será de 3,5% – o equivalente a R$ 5,4 bilhões, segundo estimativa do secretário. Isso significa que apenas com a ativação da maior fábrica de celulose do mundo, Mato Grosso do Sul deverá crescer mais que o Brasil em 2025 – a previsão é de 2% para o País.
O município de Ribas do Rio Pardo deverá elevar o valor adicionado e multiplicar por três a fatia no bolo do ICMS que é rateado entre os municípios. O prefeito João Alfredo (PT) já tinha projetado que o orçamento municipal deverá ter aumento de 400%, de R$ 120 milhões para R$ 600 milhões por ano.
Jaime Verruck destaca que os desafios ainda persistem na área de habitação, logística de transporte e na qualificação de mão de obra. O Governo do Estado tem investido na mão de obra e negociando a reativação do transporte ferroviário de cargas por meio da Malha Oeste.