O vereador Valter Brito da Silva (PSDB), 59 anos, voltou a ser detido, dias após ter a prisão domiciliar revogada pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. Policiais da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Fronteira (Defron) prenderam em flagrante o parlamentar, seu irmão e um sócio com uma motoniveladora furtada no Paraná, encontrada às margens da rodovia MS-156, em Amambai.
A defesa do vereador alega que ele foi vítima de uma tentativa de golpe e vai provar sua “total inocência” no suposto caso de estelionato. Valter Brito é acusado de ser líder de um grupo criminoso responsável pelo esquema de desvio milionário na Prefeitura de Amambai, sendo preso durante a investigação e afastado pela Câmara Municipal.
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O tucano estava em prisão domiciliar até o dia 10 de julho, quando o desembargador Luiz Cláudio Bonassini da Silva revogou a medida e suspendeu todas as demais cautelares, após a Operação Laços Ocultos ter sido suspensa pela 3ª Câmara Criminal do TJMS.
Nesta segunda-feira (22), Valter Brito, seu irmão José de Brito Junior, 38 anos, e o sócio deles, Sergio Aparecido Bezerra, 51 anos, foram presos pelo Defron com a posse da máquina roubada.
Os policiais faziam diligências na região da fronteira com o Paraguai quando receberam a informação da Terceira da Delegacia de Polícia Civil de Três Lagoas a respeito de uma motoniveladora furtada na cidade de Doutor Ulysses (PR), no último dia 15 de julho, e foi escondida nas margens da MS-156, em Amambai.
Os agentes foram até o local e questionaram sobre quem seria o proprietário da máquina, momento em que o trio se apresentou como responsável. Os policiais confirmaram se tratar do veículo furtado e constataram ainda uma série de indícios de adulteração, prendendo os três suspeitos em flagrante, na sequência.
A equipe levou a máquina e os suspeitos à sede da Defron em Dourados. O advogado Ricardo Pereira, responsável pela defesa de Valter Brito, afirma que o parlamentar é vítima, mas já está solto após pagar fiança.
“A defesa do vereador alega que, na verdade, ele foi vítima de uma tentativa de golpe, que não foi compreendida pela polícia. Foi feito uma prisão em flagrante e que depois o juiz arbitrou uma fiança, onde ele vai se defender no processo e provar a sua total inocência porque foi vítima de uma tentativa de estelionato”, relata o advogado.
De acordo com o Ministério Público Estadual, o ex-líder do prefeito na Câmara recebeu R$ 2,3 milhões em propinas e comandada uma organização criminosa formada por diversas empresas para desviar recursos públicos. Ele chegou a ser preso na Operação Laços Ocultos, deflagrada com o apoio do GECOC (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e do Gaeco (Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado) em 16 de novembro do ano passado.
O MPE já anunciou que irá recorrer contra o acórdão da 3ª Câmara Criminal porque considera que o juiz de Amambai é competente para julgar o caso, principalmente, por não envolver organização criminosa com atuação no âmbito estadual.