A Justiça Federal prorrogou as investigações das operações Sordidum e Prime, que combatem organizações criminosas dedicadas ao tráfico internacional de drogas e armas, evasão de divisas, falsificação de documentos públicos, tortura e lavagem de dinheiro. Somente em imóveis, incluindo fazendas, a avaliação é de patrimônio de R$ 100 milhões.
O Ministério Público Federal pediu a prorrogação dos trabalhos por até mais 15 dias por existirem diligências pendentes, laudos periciais, além da complexidade da análise da quantidade de arquivos existentes nos equipamentos eletrônicos apreendidos. Até o momento, nove pessoas estão presas desde o dia 15 de maio, quando foram detidas preventivamente pela Polícia Federal nas operações.
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Ao todo, três grupos são investigados pela movimentação excessiva de dinheiro em Ponta Porã. A lavagem de dinheiro era para legalizar o lucro com o tráfico de cocaína, que abastecia tanto grandes centros no Brasil quanto o mercado internacional, com remessa para países da América Central.
Empresas de fachada, de diversos ramos, cediam as contas para doleiros paraguaios. Para dificultar que se encontre o rastro do dinheiro, as contas são substituídas após poucos meses.
Um dos grupos tentava esconder a origem ilícita do dinheiro com aquisição de fazendas, movimentação em contas de terceiros e empresas de fachada.
Outro grupo alvo da operação Sordidum ocultava patrimônio em empresas na região de Maringá (PR), principalmente com garagens de veículos. A organização explorava a rota do tráfico com a cocaína saindo de Pedro Juan Caballero, no Paraguai, e Ponta Porã com destino a grandes cidades brasileiras.
Alvo da Prime, o terceiro grupo, com base em Dourados, mesclava capital licito e ilícito por meio de loja de material de construção e construtora, liderado pelos irmãos Luiz Antonio Tolentino Marques, 47 anos, e Claudinei Tolentino Marques, 42.
A cocaína seguia pelas rodovias em direção a Curitiba, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Até o momento, a Polícia Federal apresentou relatório parcial contendo o resumo dos fatos investigados e respectivos indiciamentos, apenas da primeira e segunda fase da investigação.
O juiz titular da 3ª Vara Federal de Campo Grande, Bruno Cezar da Cunha Teixeira, autorizou a prorrogação da Operação Sordidum por mais 10 dias e mais nove para a Prime, como prazo “último e derradeiro”, em decisões do dia 17 de julho.