A 15 dias do prazo final para as convenções partidárias, os principais candidatos a prefeito – Adriane Lopes (PP), Beto Pereira (PSDB) e Rose Modesto (União Brasil) – ainda não definiram o candidato a vice-prefeito de Campo Grande. A atual prefeita deposita todas as esperanças no ex-deputado estadual Capitão Contar (PRTB), enquanto o deputado federal estaria dividido entre duas militares e a ex-superintendente da Sudeco finaliza pesquisa qualitativa para optar entre três nomes.
O vice-prefeito ganhou importância na Capital após dois assumirem o comando da cidade nos últimos 12 anos. E o eleitor deve olhar com lupa o adjunto, porque Campo Grande teve experiência extremamente desagradável com Gilmar Olarte (sem partido), que articulou o golpe no titular, Alcides Bernal (PP), de acordo com o Gaeco, e ainda protagonizou um escândalo nacional ao terminar o curto mandato atrás das grades.
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Olarte assumiu a prefeitura em 2013. Adriane é a segunda vice neste século ao assumir o cargo de prefeita após Marquinhos Trad (PDT) renunciar ao cargo para disputar o Governo do Estado em 2022. Agora, ela vai tentar a reeleição.
A progressista ainda não tem um nome definido, mas passou a apostar todas as fichas no Capitão Contar como parte da estratégia para conquistar o voto dos bolsonaristas após Jair Bolsonaro (PL) a abandoná-la e fechar com o candidato tucano.
Bolsonarista raiz e de olho na vaga de senador em 2026, Capitão Contar não descarta o convite de ser vice, mas antes vai consultar o ex-presidente sobre a possibilidade de integrar a chapa de Adriane Lopes. Se o ex-deputado recusar o convite, a prefeita poderá ter frustrada pela segunda vez a estratégia para conquistar o bolsonarismo.
Beto Pereira definiu que o vice será uma mulher, militar e filiada ao PL. O nome terá as bençãos de Bolsonaro para consolidar a mais nova inusitada parceria política no Estado. Inicialmente, o ex-presidente avalizou o nome da ex-subcomandante da Polícia Militar, coronel Neidy Nunes Barbosa Centurião, que foi candidata a deputada federal pelo PSDB. Ela deve se filiar ao PL para compor a chama tucana.
A outra opção do tucano é a subtenente Edilaine Alves Sampaio Mansueto, que foi candidata a deputada federal pelo PP. Conta a favor da segunda opção a força nas redes sociais. Edilaine tem 214 mil seguidores no Instagram, onde se apresenta como coaching – só para efeito de comparação, Beto tem 33 mil seguidores.
Rose Modesto tem três opções para vice: o primeiro-secretário da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande, Roberto Oshiro, o vereador Lívio Viana Leite, o Dr. Lívio, e o vereador Alívio Villasanti, todos do União Brasil.
O reitor da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Marcelo Turine, não está filiado a nenhum partido e não poderia compor a chapa. De acordo com a candidata, uma pesquisa qualitativa será finalizada nesta semana para orientar qual o melhor perfil do candidato a vice.
Líder nas pesquisas após a desistência do ex-governador André Puccinelli (MDB), Rose poderá ter no candidato a vice-prefeito a retaguarda para enfrentar as máquinas do município e do estado, representadas por Adriane e Beto.
A prefeita tenta se segurar sem o apoio de Bolsonaro, enquanto Beto aposta na ampla aliança e na megaestrutura para crescer nas pesquisas.
Os outros candidatos a prefeito são Camila Jara (PT), que já definiu o ex-governador Zeca do PT como vice, e Luso Queiroz (PSOL), que terá Lya Santos (Rede) como companheira de chapa. Ainda faltam definir os vices os candidatos Beto Figueiró (Novo), Ubirajara Martins (DC) e Professor André Luís (PRD).