Nas cores do bolsonarismo, vestida de verde e amarelo, a prefeita Adriane Lopes (PP) confirmou, em evento realizado nesta sexta-feira (19), a candidatura à reeleição. Em indireta ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que a abandonou na última hora, ela mandou um recado “para aqueles que estão acostumados a não cumprir com a palavra”: “Campo Grande não está à venda”.
“Fizemos o que ninguém mais fez nesta cidade. Campo Grande, com quase um milhão de habitantes, tem seus problemas, e não vamos maquiar nenhuma situação”, afirmou, ao lado de lideranças do PP e do Avante. Adriane garantiu que retomou mais de 300 obras paradas e destacou o Hospital Municipal de Campo Grande, que é alvo de ação na Justiça e está com a licitação prevista para ser aberta na semana de véspera do primeiro turno.
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“Vamos trazer grandes projetos para essa cidade, promover o desenvolvimento e fazer de Campo Grande, cada dia mais, a capital das oportunidades no Centro-Oeste do Brasil”, prometeu a prefeita, sem detalhar os empreendimentos.
O lançamento da pré-candidatura ocorreu no último dia antes do início das convenções, que vão ser realizadas até o dia 5 de agosto para confirmar as candidaturas a prefeito e vereador. A senadora Tereza Cristina (PP), principal estrela e cabo eleitoral de Adriane, compareceu acompanhada do marido, Caio, e do deputado federal Luiz Ovando, o Dr. Ovando (PP),
Para manter ou reconquistar o voto dos bolsonaristas, divididos após Bolsonaro abandonar a prefeita e fechar com o candidato a prefeito Beto Pereira (PSDB), Adriane apostou no verde e amarelo. Vestida nas cores da bandeira do Brasil, ela ainda enfatizou no discurso o fato de ser de direita. “Eu sou conservadora e sou a única mulher prefeita de capital no Brasil, dentre as 27 capitais”, frisou.
Sem citar nominalmente o ex-presidente e os tucanos, que foram aliados, Adriane disse que a cidade não está a venda. “Para aqueles que estão acostumados a não cumprir com a palavra, para os poderosos deste estado, quero lembrá-los: Campo Grande não está à venda! Vamos reforçar isso: Campo Grande não está à venda, nós somos livres!”, discursou.
“Acharam que iriam vender Campo Grande, mas esqueceram de combinar com as pessoas. Nós somos livres para avançar, para ir adiante e para fazer de Campo Grande a capital das oportunidades no Centro-Oeste do Brasil”, afirmou.
Adriane era vice-prefeita de Marquinhos Trad (PDT) e assumiu o comando da prefeitura, primeiro cargo público ocupado aos 48 anos. Em dois anos, sem grandes obras concluídas, ela aposta no Hospital Municipal, que será construído por ela em caso de reeleição ou pelo sucessor (a) a ser eleito em outubro.
“Os desafios na saúde eram imensos. Por mais de 10 anos, um projeto de hospital ficou esquecido numa gaveta, e ninguém teve coragem de colocá-lo em prática. Mas com força, fé, garra e determinação, tiramos esse projeto do papel e estamos melhorando a saúde dos cidadãos de Campo Grande”, disse.
“Eu tenho coragem para fazer o certo. Não temo os poderosos deste Estado. Já sofri muito preconceito, e imagino, senadora Tereza Cristina, quantos a senhora também enfrentou. Mas a senhora me ensinou a nunca ser vítima, a avançar com coragem, fé, força e determinação, sem baixar a cabeça para nenhuma situação”, afirmou.
“Ao assumir a gestão da prefeitura, encaramos tanto o que é bom quanto o que é ruim. Mas estamos resolvendo até os problemas mais difíceis. Fizemos uma revolução na educação de Campo Grande, enfrentando sistemas e desafios que outros, em quatro ou oito anos, não conseguiram superar. Trouxemos a cidade para a Rota Bioceânica, tornando Campo Grande a Capital desse projeto, que promete gerar novos empregos e oportunidades”, enumerou, sobre os feitos na atual gestão.
“Trabalhamos intensamente na educação, retomamos mais de 300 obras paralisadas, e aqui quero ressaltar a importância do trabalho sério e da responsabilidade”, gabou-se.
“Conseguimos recapear completamente a entrada de Cuiabá e agora estamos avançando na obra da Duque de Caxias, criando novos acessos para diversos bairros. Mais 24 bairros serão asfaltados em breve. Estamos levando desenvolvimento para regiões da nossa cidade que estavam adormecidas”, contou, mas sem citar que obras estão sendo realizadas em parceria com o Governo estadual comandado por Eduardo Riedel (PSDB).
“O meu gabinete é o céu de Campo Grande! São os bairros dessa cidade. O meu gabinete é onde estão as pessoas. O meu gabinete é onde as pessoas vivem nos bairros da cidade, nas ruas de Campo Grande. Eu conheço a sociedade, eu conheço as necessidades de cada região. Nós estamos prontos para o desafio. Não tenho medo de fazer o certo”, disse, sobre o contato que mantém com a população.
“Eu fui duramente afrontada. Para chegar até aqui eu passei batalhas. Fui afrontada, fui ameaçada. E nesse momento, convido a todos a se unirem para mostrar para essa cidade que nós somos livres”, destacou.
Além de Adriane, a disputa pela prefeitura da Capital conta com Beto Pereira, Beto Figueiró (Novo), Camila Jara (PT), Luso Queiroz (PSOL), Professor André Luís (PRD), Rose Modesto (União Brasil) e Ubirajara Martins (DC).