Há poucos dias do início das convenções partidárias, começam a ser definidos os arcos de alianças e o desenho de como será a divisão do tempo de propaganda gratuita no rádio e na TV, que ocorrerá entre 30 de agosto e 3 de outubro. Em Campo Grande, o deputado federal Beto Pereira (PSDB) deve ser quase onipresente, enquanto outros candidatos mal devem aparecer.
A articulação do presidente regional do PSDB, o ex-governador Reinaldo Azambuja, garantiu ao partido o apoio do PL, MDB, Solidariedade, Podemos, PSD, PSB e Republicanos, além do Cidadania, que forma federação com os tucanos. Essa aliança de legendas deve garantir a Beto Pereira mais da metade do tempo de propaganda nos meios de comunicação.
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Por outro lado, como em toda campanha, haverá aqueles candidatos que terão apenas alguns segundos de divulgação e devem passar quase despercebidos. São os casos de Beto Figueiró (Novo), Professor André (PRD), e Ubirajara Martins (DC).
Isso ocorre porque o tempo é calculado conforme a representatividade dos partidos políticos na Câmara dos Deputados que conseguiram alcançar a cláusula de barreira nas eleições de 2022. Dos 28 partidos e federações que concorreram naquele pleito, apenas 13 conseguiram alcançar a cláusula de desempenho.
As federações PT/PCdoB/PV, PSDB/Cidadania e Psol/Rede, bem como os partidos Avante, MDB, PDT, PL, Podemos, PP, PSB, PSD, Republicanos e União atingiram o determinado pela Emenda Constitucional 97, de 2017. Ou seja, elegeram pelo menos 11 deputados federais, distribuídos em pelo menos nove estados; ou obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 2% dos votos válidos, distribuídos em pelo menos nove estados, com um mínimo de 1% dos votos válidos em cada um deles.
Conforme a legislação eleitoral, 90% do tempo total de propaganda são distribuídos proporcionalmente pelo número de deputados, enquanto os 10% restantes são divididos igualitariamente entre todos os candidatos.
“Na verdade, todas as nossas eleições sempre foram franciscanas”, diz o empresário Beto Figueiró, candidato pelo Novo, que deve ir de chapa pura na disputa pela prefeitura da Capital. “Compensamos a dificuldade financeira pelo propósito dos nossos ideais”, afirma.
A prefeita Adriane Lopes (PP), candidata à reeleição, e as adversárias Rose Modesto (União Brasil) e Camila Jara (PT) devem ter tempo de propaganda semelhante, mas bem atrás de Beto Pereira. Luso Queiroz, representante da federação PSOL/Rede, terá o menor tempo entre as legendas que atingiram a cláusula de barreira.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deve divulgar o tempo de propaganda eleitoral de cada candidato após as convenções partidárias, cujo prazo vai de 20 de julho a 5 de agosto. Após a definição das candidaturas, as agremiações têm até 15 de agosto para registrar os nomes na Justiça Eleitoral.