Com o objetivo de melar o acordo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com o PSDB, para apoiar a candidatura do deputado federal Beto Pereira, o presidente regional do PL, Marcos Pollon anunciou, em gravação nas redes sociais, que vai ser o candidato a prefeito de Campo Grande.
Conforme o deputado federal, ele não vota no PSDB, porque o partido é ligado à esquerda e já teria prometido isso a sua esposa, Naine Bittencourt. Ele também não aceita apoiar a reeleição da prefeita Adriane Lopes (PP), por considerar uma série de problemas.
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No vídeo, Pollon admitiu que ficou sabendo da decisão de Bolsonaro e do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, pela imprensa. Os dois acertaram na quinta-feira, em encontro com o governador Eduardo Riedel, Beto Pereira e o presidente regional do PSDB, o ex-governador Reinaldo Azambuja, trocar o apoio à reeleição de Adriane pela candidatura tucana.
Pollon ressaltou que nunca votará no PSDB. Em determinado trecho, ele diz que “corta as bolas, mas não vota no PSDB”. Em seguida, o deputado destaca respeita as lideranças tucanas, inclusive mantém um bom relacionamento com Beto Pereira, mas que nunca votará nem fará campanha para os tucanos.
Ao se manifestar publicamente, Pollon deixa claro que a decisão de Bolsonaro não foi bem recebida no partido. Os bolsonaristas vivem bombardeando o candidato tucano nas redes sociais, como a de que teria ligação com os comunistas, foi crítico de Bolsonaro na pandemia e apoiou a campanha de Simone Tebet (MDB), atual ministra do Planejamento de Lula (PT), para a presidência da República em 2022.
O PL caminha para ir à convenção rachado entre apoiar Beto, a reeleição de Adriane ou a candidatura própria de Pollon. E amplia a divisão no bolsonarismo, que começou na campanha ao Governo do Estado em 2022, quando parte permaneceu com Capitão Contar e outra apoiou Riedel com o aval de Bolsonaro.