Oficializado pré-candidato a prefeito da Capital com o apoio de oito partidos, o deputado federal Beto Pereira (PSDB), 46 anos, criticou os supersalários pagos pelo município, que chegam a R$ 200 mil por mês, a volta das favelas e “R$ 1 bilhão em obras inacabadas”. “A falta de planejamento e o improviso são tão nocivos quanto a corrupção”, detonou o tucano, criticando a gestão de Adriane Lopes (PP), mas sem citá-la nominalmente.
Trineto do fundador de Campo Grande, José Antônio Pereira, e filho do ex-senador Walter Pereira, ex-prefeito de Terenos por dois mandatos, ex-deputado estadual e no 2º mandato como deputado federal, Beto Pereira defendeu a mudança de gestão no discurso para cerca de 5 mil pessoas no evento de lançamento da pré-candidatura com o apoio do PSDB, Cidadania, MDB, Solidariedade, Podemos, PSB, PSD e PL.
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Apesar do PSDB ter sido aliado dos últimos prefeitos, inclusive de Adriane, o deputado fez um discurso contundente de oposição. “Não quero assistir todas essas favelas na arquibancada, eu quero influir, eu quero mudar na prática”, afirmou.
“Não podemos achar normal ter gente na prefeitura ganhando 200 mil reais por mês, 100 mil reais por mês. São os amigos do rei. Não é para os servir os amigos do prefeito. A prefeitura é para servir o povo, zelar pelos impostos que pagamos”, criticou o deputado federal.
Em seguida, ele destacou as obras paradas na Capital, apesar de terem recebidos cerca de R$ 1 bilhão em investimentos, sem nominá-las, mas como o Centro de Belas Artes, a revitalização da Avenida Ernesto Geisel, postos de saúde, escolas municipais de educação infantil, o porto seco, entre outras. “É dinheiro do povo que está indo pelo ralo, sendo drenado todos os dias”, lamentou, sobre a deterioração dos empreendimentos inacabados.
“A falta de planejamento e o improviso são tão nocivos quanto a corrupção. Estão trazendo para Campo Grande consequências gravíssimas”, avaliou, insinuando que não há um rumo definido na atual gestão nem nas antecessoras.
“A mudança não é só na palavra, deve acontecer na prática”, propôs. Em seguida, ele voltou a destacar que a Capital está na contramão do Estado. “É inexplicável, não é aceitável ver Mato Grosso do Sul crescendo, crescendo todos os dias com a gente, mas a Capital do Estado encolhendo, diminuindo, ficando para trás”, lamentou.
O tucano também criticou a burocracia criada pelo poder público para empresários. Na sua avaliação, os empreendedores são obrigados a matar um leão por dia para vencer os obstáculos criados pela prefeitura todos os dias para o desenvolvimento econômico.
O candidato exaltou o apoio dos aliados. Do ex-governador André Puccinelli (MDB), que passou mal durante o evento, Beto disse que pretende ter a “vitalidade” para se fazer presente nas ruas, nos postos de saúde, nas escolas, fiscalizando a aplicação do dinheiro público.
Do ex-governador Reinaldo Azambuja, presidente regional do PSDB e responsável pela reviravolta da semana, que garantiu, por hora, o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro ao tucano, ele disse que pretende ter a “austeridade fiscal” e a “coragem” para equilibrar as finanças municipais.
Do governador Eduardo Riedel (PSDB), Beto disse que pretende ter a modernidade, a eficiência e o planejamento.
NO encerramento, ele exaltou o apoio dos aliados, como os senadores Nelsinho Trad e Soraya Thronicke, presidentes estaduais, respectivamente, do PSD e do Podemos, e dos deputados federais Geraldo Resende e Dagoberto Nogueira, do PSDB.
Além de Beto, a disputa na prefeitura conta com a prefeita Adriane Lopes, a ex-superintendente da Sudeco, Rose Modesto (União Brasil), a deputada federal Camila Jara (PT), o cientista social Luso Queiroz (PSOL) , o pecuarista Beto Figueiró (Novo) e o vereador Professor André Luís (PRD).