Líder nas pesquisas, ex-prefeito da Capital e ex-governador do Estado por dois mandatos, André Puccinelli (MDB), 75 anos, vai amarelar pela 2ª vez. Sem o apoio do PL e estrutura financeira do MDB, ele vai anunciar, na tarde desta terça-feira (25), que não será candidato a prefeito nem a vereador nas eleições deste ano em Campo Grande.
Na reunião com os deputados estaduais, vereadores e pré-candidatos a vereador do MDB e do Solidariedade, ele vai decidir quem vai apoiar na eleição de Campo Grande. Conforme o emedebista, cada um será chamado individualmente para escrever em um papel, a reeleição da prefeita Adriane Lopes (PP) ou o deputado federal Beto Pereira (PSDB). Apesar de sinalizar que vai ouvir a maioria, ele antecipa que a tendência é apoiar o tucano.
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Conforme a pesquisa do instituto 100% Cidades, realizada em parceria com o Futura Inteligência, o ex-governador liderava a simulação do primeiro turno com 28%, contra 16,4% de Rose Modesto (União Brasil), 11,3% de Adriane, 10,3% de Beto e 6,5% de Camila Jara (PT). Nas simulações de segundo turno, André bateria todos os adversários com mais de 50% dos votos.
Esta é a segunda vez na história que André “amarela”, como foi chamado pelo Correio do Estado pela primeira vez em 2002 e pegou. Na época, ele era apontado como o único candidato com chance de derrotar o então governador Zeca do PT. Apesar do favoritismo, o emedebista não abriu mão do cargo de prefeito e lançou a então senadora Marisa Serrano (PSDB), que perdeu para o petista no segundo turno em uma das eleições mais acirradas em 40 anos de história de Mato Grosso do Sul.
Em 2018, André foi preso na Operação Lama Asfáltica e abriu mão da candidatura porque não quis fazer campanha atrás das grades e lançou o deputado estadual Junior Mochi (MDB). Em 2020, ele lançou o deputado estadual Márcio Fernandes (MDB). Em 2022, André disputou o Governo do Estado e liderou a maioria das pesquisas, mas acabou ficando de fora do segundo turno ao ser atropelado por Eduardo Riedel (PSDB) e Capitão Contar (PRTB).
“Não é amarelo, tenho algum legado”, rebateu André. Para ser candidato, André buscou apoio do PL do ex-presidente Jair Bolsonaro. No entanto, o presidente nacional da sigla, Valdemar Costa Neto, informou que o partido já fechou com a reeleição de Adriane Lopes.
Puccinelli teve as duas gestões como prefeito marcadas por grandes obras, como o fim dos alagamentos na Avenida Fernando Corrêa da Costa, o prolongamento da Avenida Norte Sul, entre o Shopping Norte Sul e a Avenida Campestre, a Orla Morena (Avenida Fábio Zahran), a retirada dos trilho dos centros, a retirada dos camelôs das ruas centrais para o Camelódromo, a construção da atual Feira Central, a Avenida Lúdio Coelho, entre outros.
Ele destacou que deixou o mandato de prefeito com as finanças em dia, comprometendo apenas 42% da receita com o pagamento de pessoal, que hoje chega a 52%. Alguns projetos lançados por André não foram concluídos, como o Porto Seco, o PAC do Bálsamo (interligando o anel viário ao Jardim Pioneiros) e a ampliação do Aeroporto Internacional de Campo Grande.
André Puccinelli é o 3º candidato a desistir da disputa após os deputados estaduais Pedro Pedrossian Neto (PSD) e Lucas de Lima (PDT). Agora, a disputa pela prefeitura conta com Adriane Lopes, Beto Pereira, Beto Figueiró (Novo), Camila Jara (PT), Luso Queiroz (PSOL), Rose Modesto (União Brasil) e Professor André Luís (PRD).