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    Esquema de Claudinho tinha propina em pix, planilha, 30% para aditivo e R$ 450 mil em sacola

    Edivaldo BitencourtBy Edivaldo Bitencourt22/06/20247 Mins Read
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    Ao lado do advogado Wellison Machiutti Hernandes, Tiago prestou depoimento a quatro promotores de Justiça em outubro do ano passado (Foto: Reprodução)

    A delação premiada do ex-chefe do setor de compras da Prefeitura de Sidrolândia, Tiago Basso da Silva, expõe um esquema voraz de desvio de dinheiro público comandado pelo vereador Cláudio Jordão de Almeida Serra Filho, 32 anos. O tucano exigiu propina de 10% de todos os contratos, excluía quem pagava menos e cobrava 30% dos aditivos.

    Propinas menores, de R$ 3 mil a R$ 20 mil, eram pagas por PIX e o rastro podem comprovar as revelações feitas nos depoimentos prestados a quatro promotores de Justiça, Adriano Lobo Viana de Resende, coordenador do GECOC (Grupo Especial de Combate à Corrupção), da promotora de Sidrolândia, Bianka Machado Mendes, Tiago Di Giulio Freire, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e Cristiane Mourão, assessora especial da Procuradoria-Geral de Justiça.

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    Apontado com um dos chefes da organização criminosa, o empresário Ricardo José Rocamora Alves, tinha a planilha da propina, que incluía o montante destinado ao genro da prefeita Vanda Camilo (PP), adicionais pagos aos servidores integrantes do esquema de desvio e a cabos eleitorais do grupo.

    O pagamento da propina era feito em dinheiro vivo. Quando houve aditivo de R$ 1,5 milhão pago a empresa de Edmilson Rosa, o Rosinha, Claudinho Serra, então secretário municipal de Fazenda, recebeu no gabinete uma sacola com quase meio milhão de reais – R$ 450 mil em notas. De acordo com Tiago Basso, o vereador pegou o dinheiro e lhe deu R$ 5 mil para pagar uma conta.

    Claudinho não perdoava quem alegava não ter condições de pagar a propina. Tiago contou que uma empresa firmou contrato com a prefeitura e recebeu R$ 170 mil. O empresário encaminhou R$ 15 mil para o então secretário de Fazenda. O repasse de 8,8% irritou o tucano. “Claudinho questionou por que só houve o repasse de R$ 15 mil”, revelou.

    Vereador mandou cortar repasse para empresário que reduziu propina para 8% e depois 5% (Foto: Arquivo)

    Após receber a nota seguinte, o empresário repassou menos ainda, R$ 8 mil – 5% do montante. “Não vai mais fazer repasse”, ordenou Claudinho. Ao longo da investigação do Ministério Público Estadual, a empresa rescindiu o contrato com a prefeitura após ficar sem receber um tostão da gestão de Vanda Camilo.

    Os pagamentos de propina eram providenciados por Rocamora, Ueverton Macedo da Silva, o Frescura, e pelo advogado Milton Matheus Paiva Matos – que foram presos na Operação Tromper. Os repasses eram feitos diretamente para Tiago Basso por meio do PIX ou entrega em dinheiro.

    Ele contou que guardava o dinheiro em casa. Em determinado momento, o ex-servidor e a esposa ficaram preocupados por manter altas quantias, algo entre R$ 3 mil e R$ 14 mil. O dinheiro era repassado pelas empresas de Rocamora, Milton Paiva e Luiz Gustavo Justiniano Marcondes.

    Os maiores valores, pagos pelas empreiteiras de Edmilson Rosa, por exemplo, eram repassados para os assessores, como Tiago Rodrigues Alves, o Tiago Nanau, e Carmo Name Júnior. Não havia assinatura nem pagamento de ativo sem o “retorno” de 30% para Claudinho Serra. “O Claudinho deixou bem claro, é 30% ou não tem conversa”, revelou o delator.

    Prefeitura pagou nota para 400 sepulturas em único dia, apesar de apenas 20 serem sepultados por mês na cidade (Foto: Arquivo)

    400 sepulturas em um único dia

    O cemitério é outro caso clássico de corrupção. A prefeitura nunca deixou de realizar os serviços de manutenção nem limpeza. Contratos foram feitos para sangrar os cofres municipais. Para a empresa JL Serviços Empresariais e Comércio Alimentício, de Jacqueline Mendonça Leiria, funcionária de uma empresa do pai do vereador, Claudio Jordão de Almeida Serra.

    De acordo com o delator, a prefeitura pagou pela construção de 300 a 400 jazigos em um único dia no cemitério municipal. Só que na cidade, conforme Tiago Basso, morrem em torno de 20 pessoas por mês. O pagamento de um dia seria suficiente para cobrir os enterros por dois anos. Foram pagos, neste caso, R$ 160 mil. Jacqueline residia em Campo Grande e nem apareceu na prefeitura, só ligava, conforme o ex-servidor.

    Para efetuar o pagamento das notas frias, os funcionários eram obrigados a atestar a entrega dos produtos ou a prestação dos serviços. Quem não concordava com o esquema, era dispensado da função. No caso de ser apadrinhado por vereador, o comissionado ficava em casa sem receber nada, mas recebia o salário normalmente.

    Ameaça direta e visita de advogado para aconselhar a não fazer delação (Foto: Reprodução)

    Ameaças e PCC na mesma cela

    Preso na 2ª fase da Operação Tromper, Tiago ficou detido na cela 8 do Presídio de Trânsito junto com os demais envolvidos no escândalo, como Ueverton Frescura. Inicialmente, os integrantes da organização criminosa afirmaram que o ex-servidor poderia ficar tranquilo porque todos sairiam da cadeia em 15 dias.

    No entanto, o plano não deu certo porque o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul manteve a prisão dos réus até o fim do ano. As liberações só começaram a ocorrer após liminar do Superior Tribunal de Justiça.

    Ex-candidato a vereador em Sidrolândia e um dos empresários envolvidos no esquema, Frescura também mostrava intimidade com criminosos ligados a facção paulista PCC (Primeiro Comando da Capital) e teria usado a ligação para intimidar Tiago. Ao saber que o então chefe de compras cogitava fazer delação premiada, ele foi taxativo: “quem vai chorar vai ser a sua mãe”.

    Caso mantivesse o silêncio, Tiago Basso recebeu o compromisso da organização criminosa que “iriam cuidar da sua família”. Um advogado, que não teve o nome divulgado, mas seria do escritório do presidente da Assembleia Legislativa, Gerson Claro, procurou Basso na prisão para reforçar o “conselho” para ele não fazer delação premiada.

    A delação premiada acabou ocorrendo em outubro de 2023, logo após Tiago Basso da Silva deixar a prisão. Ele gravou quatro vídeos com duração entre 25 e 30 minutos para descrever em detalhes o esquema de desvio de recursos públicos e pagamento de propina comandado por Claudinho Serra.

    O acordo foi homologado no dia 19 de dezembro do ano passado pelo desembargador Paschoal Carmello Leandro, ex-presidente do Tribunal de Justiça. Ele só manteve na corte um dos vídeos, no qual o ex-chefe do setor de compras cita desvios e irregularidades cometidos pela prefeita Vanda Camilo.

    Até o momento, seis meses após a homologação do acordo, o procurador-geral de Justiça, Romão Avila Milhan Júnior, não moveu uma palha para mostrar que está apurando as denúncias contra a progressista.

    Duas denúncias

    Por outro lado, os réus sem foro já foram alvo de duas ações penais do MPE. A primeira está na fase final do julgamento, enquanto a segunda está na fase inicial. O juiz Fernando Moreira Freitas da Silva, da Vara Criminal de Sidrolândia, ainda determinou o sequestro de R$ 103 milhões dos réus.

    Em fotos com a bíblia sagrada, a prefeita Vanda Camilo tem negado as irregularidades e destacado que não tolera a corrupção. Por outro lado, ela se silenciou sobre o envolvimento do genro com o desvio de recursos.

    Tiago Basso da Silva fez a delação e a comprovação das revelações o livra de ser denunciado pelo esquema: ele recebia dinheiro por fora de Claudinho (Foto: Reprodução)

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