Ex-diretor do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS), Rehder dos Santos Batista foi preso em Santa Catarina após quase uma semana de buscas. Ele estava foragido após o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul decretar a prisão preventiva do réu em ações penais e por improbidade administrativa pelo desvio de, pelo menos, R$ 20,4 milhões.
A prisão foi decretada por unanimidade pela 3ª Câmara Criminal do TJMS no início deste mês a pedido do Ministério Público Estadual. No entanto, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) não conseguiu localizar Batista e havia a informação de que o ex-diretor do HRMS passou a morar em Itajaí, cidade no litoral catarinense.
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Com pistas de que o foragido estava em outro estado, o Gaeco de Santa Catarina foi acionado e as buscas começaram na sexta-feira (7), conforme apurado por O Jacaré.
O GECOC (Grupo Especial de Combate à Corrupção) pediu, inicialmente, a prisão de Rehder dos Santos Batista à 5ª Vara Criminal de Campo Grande. No entanto, o juiz Waldir Peixoto Barbosa negou o pedido.
O promotor Adriano Lobo Viana de Resende recorreu ao Tribunal de Justiça. O relator, desembargador Luiz Cláudio Bonassini da Silva, levou o pedido para julgamento na turma. A 3ª Câmara Criminal do TJMS, com os votos dos desembargadores Jairo da Silva Quadros e Fernando Paes de Campos, foram unânimes em determinar a prisão preventiva do ex-coordenador de logística e suplementos e ex-diretor financeiro do HR na gestão de Reinaldo Azambuja (PSDB).
O processo tramita em sigilo na primeira e segunda instância. No entanto, na audiência de custódia dos irmãos Coutinho, o juiz Valter Tadeu Carvalho, determinou o encaminhamento do processo ao desembargador Luiz Cláudio Bonassini da Silva e deixa claro que o 3º alvo era Rehder dos Santos Barbosa.
Ele e os empresários foram alvos da Operação Parasita, deflagrada para investigar o desvio milionário no Hospital Regional. Em uma ação na 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, o MPE aponta o desvio de R$ 12,014 milhões.
Em outra, na 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, a promotoria acusa Batista pelo desvio de R$ 3,690 milhões. Na 3ª ação, o ex-diretor é acusado pelo desvio de R$ 4,7 milhões.
Ele ainda aparece na Operação Again, deflagrada pela Polícia Federal em 2018, que apontou desvios de R$ 3,4 milhões no setor de cardiologia no HR.
Em um despacho publicado na última sexta-feira (7), o juiz Marcelo Ivo de Oliveira, da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, apontou que Rehder dos Santos Batista passou a residir em Itajaí, a cidade portuária de Santa Catarina.
A novidade no escândalo é o Tribunal de Justiça, famoso por rever decisões de primeira instância, determinar a prisão de acusados por corrupção.
A corte já tinha revisto outra decisão do juiz Waldir Peixoto Barbosa. O magistrado negou o pedido do MPE para apurar o desvio milionário na prefeitura da Capital por meio de locação de máquinas, mas o TJMS foi o responsável pelos mandados de busca e apreensão que resultaram na Operação Cascalhos de Areia. Entre as descobertas da operação estava uma construtora com contratos milionários em nome de um vendedor de queijos.