A quatro meses do primeiro turno, a disputa pela Prefeitura Municipal de Campo Grande ainda pode sofrer reviravolta. Prefeito da Capital e governado do Estado por dois mandatos, André Puccinelli (MDB) mantém o suspense se vai ser candidato pela 3º vez ou apoiará um dos nomes colocados. Outro mistério é o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que pode optar por um candidato próprio ou apoiar a reeleição da prefeita Adriane Lopes (PP).
As duas decisões podem ser decisivas para colocar um candidato no segundo turno. Pelas pesquisas registradas até o momento, Puccinelli, a ex-superintendente regional da Sudeco, Rose Modesto (União Brasil) e Adriane estão na briga pelas duas vagas, já que nenhum candidato desponta como favorito para vencer no primeiro turno.
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O deputado federal Beto Pereira (PSDB) aposta no apoio da máquina do Governo do Estado e em repetir o “milagre” que levou a vitória do neófito Eduardo Riedel (PSDB). Nas eleições para governador em 2022, o tucano só acelerou na reta final e atropelou os favoritos, que eram Rose, André e o ex-prefeito da Capital, Marquinhos Trad.
Puccinelli tem ficado, conforme a pesquisa, em primeiro lugar ou na terceira colocação, sempre com dois dígitos. Inicialmente, ele disse que só seria candidato se o MDB nacional bancasse financeiramente a campanha. A executiva atendeu parcialmente o pedido do emedebista. No entanto, ele disse que surgiram dois novos obstáculos e manteve o suspense.
O ex-governador não esconde a mágoa de Rose Modesto, que não teria cumprido o acordo firmado na última eleição. Ele sinaliza que poderá apoiar a candidatura de Beto em troca do apoio do PSDB a sua campanha em 2026, quando poderá tentar uma vaga na Assembleia Legislativa, na Câmara dos Deputados ou no Senado.
O apoio do emedebista poderá impulsionar a candidatura do tucano e até garanti-lo no segundo turno. André não poupa críticas à gestão de Adriane Lopes, mas poderá apoiar a reeleição em um acordo costurado pela senadora Tereza Cristina, que foi secretária estadual de Produção e entrou na política com o seu apoio.
Já o apoio de Bolsonaro pode unir ou rachar a direita. Até o momento, o ex-presidente anunciou como seus candidatos a prefeito o ex-deputado estadual Capitão Contar (PRTB), o deputado estadual João Henrique Catan, o ex-deputado Rafael Tavares, a prefeita Adriane e o amigo de longa data, Aparecido Andrade Portela, o Tenente Portela.
O PL divulgou uma nota para destacar que o rumo da legenda em Campo Grande será definido por Bolsonaro. Caso apoie Adriane, ele poderá sacramentar a ida da prefeita para o segundo turno. Caso opte por outro nome, Bolsonaro vai criar mais dificuldade para Adriane e dependendo do candidato, ele brigaria pelo segundo lugar com a prefeita.
Rose ainda busca ampliar a aliança, atualmente restrita ao PDT. Ela faz mistério sobre os outros dois partidos, sendo que um apoia outro candidato e o outro já lançou um candidato próprio à prefeitura.
A deputada federal Camila Jara (PT) começou a construir o programa de governo e tem esperanças de desfalcar a aliança de Beto Pereira ao tirar o PSB. O sonho da petista é ter um candidato a vice-prefeito fora da Federação Brasil Esperança, formada pelo PT, PCdoB e PV. Outro partido na mira é o PDT, que perdeu todos os parlamentares na Capital e na Assembleia, mas ganhou a filiação do ex-prefeito Marquinhos Trad.
Beto Pereira sacramentou o apoio do PSD, de Nelsinho Trad, do Podemos, de Soraya Thronicke, do PSB, do deputado estadual Paulo Duarte, e do Republicanos, da Igreja Universal do Reino de Deus.
Outros partidos menores correm por fora, como o PRD, do ex-senador Delcídio do Amaral, que apostará na candidatura do vereador Professor André Luís, que deixou a Rede Sustentabilidade, e do Novo, com o empresário Beto Figueiró.