Francisco Cezário de Oliveira, presidente afastado da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul, preso desde a semana passada por suspeitas de corrupção, disse que os R$ 800 mil em dinheiro apreendidos com ele seriam rendimentos de quantias guardadas em casa e que vai pedir a soma, que seria legal, de volta por estar agora precisando. Ele negou que tenha desviado em torno de R$ 6 milhões da entidade, como suspeita os investigadores do caso.
Cezário, que foi preso no âmbito da Cartão Vermelho, operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado) que investiga o esquema de suposto esquema de desvio da entidade esportiva, foi convocado a prestar depoimento no início da tarde desta terça-feira (28), mas não foi. Ele está encarcerado no presídio da Polícia Militar por ser advogado e poderia ter ido à audiência sob escolta.
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Advogados de Cezário, André Borges e Julicezar Barbosa disseram que a “prioridade no momento é a liberdade. Cezário e os demais têm o direito de responder a eventual processo em liberdade”.
Além de Cezário, outras seis pessoas, entre as quais parentes dele e ligadas ao staff da FFMS, foram implicados no suposto desvio de recursos da entidade, que recebe dinheiro anual do governo estadual e da CBF.
Os defensores do presidente afastado por ordem da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), ingressaram com pedido de liberdade dele e quem examina o recurso é o TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).
Dinheiro apreendido
Investigadores do Gaeco apreenderam os R$ 800 mil na casa de Cezário, na Vila Caiçara, em Campo Grande. Advogados do dirigente esportivo afirmaram que o chefe afastado da FFMS guardava o dinheiro consigo e que isso não é ilegal.
“Não é crime manter dinheiro em casa. No momento certo Cezário provará a origem lícita do que foi apreendido. E pedirá a devolução. Economias estão fazendo falta, em especial nesse momento difícil, de prisão”, afirmaram os defensores.
Os advogados sustentaram ainda que logo Cezário deva apresentar provas de que nada há de irregular com o montante apreendido e que vai se defender.
“Hoje não se sabe ao certo qual será a acusação [ofertada pelo Gaeco]. Assim que ela for apresentada, Cezário se defenderá, regularmente”.
E de onde sai a renda do dirigente de entidade esportiva tido como suspeito em investigação que aponta o desvio milionário?
Conforme seus defensores, de “economias de anos. Essencialmente trabalho em prol do futebol. De um homem idoso, com pequena despesa pessoal. Sem excluir outras fontes. Que serão provadas”.
A CBF afastou Cezário por 90 dias e indicou o ex-presidente do Operário Futebol Clube, time de Campo Grande, Estevão Petrallás, como interventor. Antes de a entidade se manifestar, o pedido de afastamento foi definido pelo Tribunal de Justiça Desportivo de MS. O mandato de Cezário expira em 2027.