A briga por uma vaga de vereador em Campo Grande pode ganhar um novo capítulo nesta semana. A 7ª suplente, Laís Paulino (PSDB) cogita recorrer à Justiça para pedir o mandato do vereador João Rocha (PP), que deixou o ninho tucano fora da janela partidária e pode perder a vaga por infidelidade partidária.
Ela deverá se juntar ao empresário Giancarlo Josetti Sandim, o Gian Sandim (PSDB), que luta na Justiça para ficar com a vaga de Claudinho Serra (PSDB), que pediu licença de 120 dias após ficar preso por 23 dias e passar a usar tornozeleira eletrônica por ter comandado suposta organização criminosa para desviar uma fortuna na prefeitura de Sidrolândia, comandada pela sogra, Vanda Camilo (PP).
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Só que Gian Sandim, 6º suplente com 1.227 votos, briga com o 1º suplente, o médico Lívio Viana de Oliveira Leite, o Dr. Lívio (União Brasil). Ele trocou de partido na janela partidária, mas o juiz Cláudio Müller Pareja, da 2ª Vara de Fazenda Pública, entendeu que perdeu o direito a vaga.
O magistrado deu 48 horas para o presidente da Câmara Municipal, Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), dar posse ao 6º suplente. Apesar do salvo conduto ter caído, já que o presidente do Tribunal Regional Eleitoral, desembargador Paschoal Carmello Leandro, recuou da liminar que garantiu a posse de Dr. Lívio, Carlão ainda não cumpriu a decisão da Justiça, 96 horas após a liminar.
Agora, Laís Paulino, 7ª suplente com 701 votos, deve ingressar com ação na Justiça para entrar no lugar de João Rocha. Presidente regional do PSDB, Reinaldo Azambuja, deu o sinal verde para a bacharel em direito e servidora pública pedir o mandato de Rocha. O ex-governador teria dito que seria legal o PSDB ter as vagas a que tem direito no legislativo.
“Não posso deixar de abraçar a sorte, dizem que passa só uma vez”, lembra Laís. Em 2016, ela concorreu a vaga de vereadora pela primeira vez pelo DEM e conquistou 1.395 votos. Na eleição seguinte, pelo PSDB, ela concorreu e obteve 701.
Para Laís, a oportunidade é única para as pessoas com deficiência terem um representante na Câmara Municipal. Ela é interprete de Libras (linguagem brasileira de sinais) e tem uma irmã com deficiência.
Um dos principais caciques da política de Campo Grande e réu na Operação Coffee Break, por improbidade na cível e por corrupção na criminal por ter ajudado a dar o golpe para cassar o mandato de Alcides Bernal (PP) segundo o Gaeco, o progressista está no quarto mandato de vereador e pode ter dificuldade de ir para o quinto sem a estrutura da Câmara Municipal, onde tem assessores, salário de R$ 19 mil e verba indenizatória de R$ 30 mil por mês.
Laís não planejava disputar um novo mandato na Câmara Municipal, mas já faz planos de tentar a reeleição se conseguir assumir a vaga de Rocha.