O vereador Claudinho Serra (PSDB) cedeu às pressões e pediu licença por 120 dias, sem remuneração, do mandato na Câmara Municipal de Campo Grande. Réu por chefiar suposta organização criminosa, corrupção e fraude em licitações, ele disse que acredita que será absolvido pela Justiça.
O afastamento do vereador vai abrir uma guerra pela suplência na Câmara Municipal entre o ex-vereador Lívio Viana de Oliveira, o Dr. Lívio (União Brasil), e o 6º colocado na fila, Giancarlo Josetti Sandim, o Gian Sandim (PSDB). O primeiro teve 2.772 votos, enquanto o segundo 1.227.
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Nesta terça-feira (14), o presidente da Câmara Municipal, Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), convocou o Dr. Lívio para assumir a vaga de Claudinho. Ele fez a convocação com base na orientação do Tribunal Regional Eleitoral, que considerou não ocorrer infidelidade partidária porque a troca de legenda ocorreu na janela, período autorizado pela legislação eleitoral.
No entanto, Gian Sandim não aceitou e vai questionar na Justiça o direito ao cargo. Advogados estudam o melhor caminho para ingressar com o pedido de liminar, a Justiça estadual ou eleitoral.
Depois de ficar preso por 23 dias, Claudinho saiu com tornozeleira eletrônica e decidiu prorrogar o afastamento da Câmara Municipal com pedido de licença médica por 30 dias. No entanto, o tucano passou a ser pressionado pelos colegas para renunciar ao mandato.
O Correio do Estado informou que o presidente regional do PSDB, Reinaldo Azambuja (PSDB), decidiu entrar na articulação e aconselhou o vereador a pedir licença por 120 dias. Na prática, Claudinho ficará afastado até setembro, a um mês do primeiro turno, e não deverá concorrer à reeleição.
Em nota, ele destacou que nunca foi condenado antes pela Justiça e que as acusações se referem ao período antes de assumir o mandato de vereador.
Confira a nota na íntegra:
“NOTA À IMPRENSA E POPULAÇÃO
Há 15 dias, seguindo recomendações médicas, solicitei licença para tratamento de saúde.
Para continuar o tratamento da minha saúde, bem como para preservação da minha dignidade, integridade psicológica, com o fim de cuidar do bem-estar da minha família e concentrar todos os esforços em minha defesa, decidi pedir licença para tratar de interesse particular, sem qualquer remuneração.
Reafirmo a população de Campo Grande/MS, aos colegas Vereadores e principalmente aos 3.616 eleitores que confiaram a mim o seu voto, que os fatos investigados são antigos e não possuem qualquer relação com o mandato de vereador que exerço desde maio de 2023.
Meu histórico de vida pública não apresenta qualquer desvio, jamais fui condenado e nem respondi a processos criminais anteriormente.
Seguro da minha inocência e confiante imparcialidade das autoridades do Poder Judiciário e do Ministério Público, acredito que a justiça será feita e serei absolvido das acusações que pesam sobre minha pessoa.
Campo Grande, em 14/05/2024 Vereador Claudinho”