A 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul derrubou o habeas corpus e o empresário Celso Éder Gonzaga de Araújo vai a julgamento em novembro deste ano pelo suposto golpe R$ 1,3 milhão no ex-deputado estadual Maurício Picarelli (União Brasil). Inicialmente, ele seria julgado no dia 29 de fevereiro deste ano, mas conseguiu liminar para evitar o início da audiência de instrução e julgamento.
A turma negou por unanimidade o pedido de suspensão do processo. O desembargador Luiz Cláudio Bonassini da Silva, relator do HC na corte, concluiu que não houve nenhuma irregularidade no julgamento e liberou o processo para ser concluído na primeira instância.
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Conforme a juíza May Melke Penteado Siravegna, da 4ª Vara Criminal, o julgamento ocorrerá no dia 18 de novembro deste ano, a partir da 13h30. “Sendo assim, por não vislumbrar nos autos qualquer hipótese dos arts. 395 e 397, do Código de Processo Penal, indefiro o pedido de fls. 796/803. Com isso, designo audiência de instrução para a data de 18 de novembro de 2024, às 13 horas e 30 minutos, na qual serão colhidos os depoimentos das testemunhas de acusação e de defesa, bem como procedido ao interrogatório do(a)(s) acusado(a)(s)”, determinou.
O ex-deputado foi uma das 60 mil vítimas de Araújo. Ele chegou a ser alvo da Operação Ouro de Ofir, da Polícia Federal, na qual prometia lucros exorbitantes, principalmente, para evangélicos. A ação segue de forma morosa na Justiça estadual.
Picarelli acusa Araújo de tentar lhe aplicar um golpe de R$ 1,373 milhão com a Operação AU Metal, que prometia rendimentos extraordinários.
O ex-deputado alegou que foi uma das vítimas de Celso Eder. Ele contou que colocou a casa de R$ 1,8 milhão à venda e caiu no golpe. Ele teria dado quatro cheques – nos valores de R$ 5,5 mil, R$ 23,2 mil, R$ 25,1 mil e R$ 1,320 milhão – para o empresário.
A defesa do empresário juntou extratos bancários para provar que realizou empréstimo de R$ 760,9 mil a Picarelli. Os cheques teriam sido dados como garantia. Nesta operação, Celso Eder acabou se saindo bem, já que lucrou 80% com o repasse do dinheiro ao ex-deputado.