Com 25 mil vagas de emprego abertas em Mato Grosso do Sul, a mão de obra é o maior gargalo da indústria e para os investimentos de R$ 33 bilhões previstos para este ano. O Estado vive emprego pleno com taxa de desemprego em 3%. De acordo com o presidente da Fiems (Federação das Indústrias), Sérgio Longen, todas as empresas têm demanda por mão de obra.
Para contornar o problema, as indústrias estão contratando pessoas sem experiência para qualifica-las. “Agora, as empresas querem qualificar”, destacou o empresário na manhã desta segunda-feira (6) em entrevista coletiva ao lado do governador Eduardo Riedel (PSDB) e dos secretários estaduais de Governo, Rodrigo Perez, e de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck.
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A falta de mão de obra não será empecilho para a chegada de novos negócios em Mato Grosso do Sul. De acordo com o Governo, somente neste ano, a previsão é de R$ 33 bilhões em novos investimentos no Estado. Nos últimos nove anos, os investimentos totalizam R$ 109 bilhões.
A Fiems projeta que apenas as indústrias, com novos projetos e ampliação, deverão criar 14,5 mil novos empregos em Mato Grosso do Sul até 2028. Atualmente, o setor emprega 155,8 mil trabalhadores com registro em carteira no Estado e se firma como o 2º maior empregador, atrás do segmento de serviços (com 256,5 mil empregados) e na frente do comércio (151,5 mil) e da agropecuária (94,1 mil empregos).
De acordo com a entidade, a média salarial na indústria é de R$ 3.262. Longen ressaltou que a indústria eleva o valor do salário e é responsável pela transferência de riqueza para a sociedade. Como exemplo, o dirigente citou Ribas do Rio Pardo, onde um terreno de 10 x 30 custava de R$ 10 mil a R$ 30 mil há três, quatro anos, e hoje, está valendo R$ 300 mil. “Houve uma valorização imobiliária significativa”, frisou.
Como parte do esforço para suprir a falta de mão de obra, a Fiems está investindo R$ 96,5 milhões na construção e ampliação de unidades do Sesi e centros de formação em Ribas do Rio Pardo, Campo Grande, Bonito, Dourados, Paranaíba e Aparecida do Taboado. Longen acrescenta que com a compra de imobiliário e aparelhamento, o investimento chegará a R$ 130 milhões.
Atualmente, MS conta com 7,4 mil indústrias, que empregam 159 mil trabalhadores e exportam US$ 5,6 bilhões para mais de 130 países e paga R$ 6,3 bilhões em salários. Com os novos investimentos bilionários, o Estado tem perspectiva de entrar no TOP 10 dos maiores PIBs do País.