Os vereadores de Campo Grande e os deputados estaduais decidiram “enforcar” dois dias de trabalho e criaram um feriadão de cinco dias. Com salário de R$ 18,9 mil a R$ 33 mil por mês, os parlamentares só trabalharam até terça-feira (30) e vão emendar o feriado de 1º de Maio até o próximo domingo, só retornando às atividades na próxima segunda-feira (6).
A Assembleia Legislativa suspendeu a sessão legislativa prevista para hoje e dispensou os deputados estaduais. O legislativo realiza sessões às terças, quartas e quintas-feiras. Ao enforcar hoje e amanhã, os parlamentares vão ficar cinco dias de folga, apesar da remuneração de R$ 33.006,39 por mês – um trabalhador comum, sem direito a ponto facultativo, leva 23 meses, quase dois anos, para ganhar um valor equivalente.
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Os vereadores também vão emendar o feriado do Dia do Trabalhador com o final de semana. O presidente da Câmara Municipal, Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), decidiu dispensar os vereadores e funcionários para dedetizar o legislativo. Um cidadão comum aproveitaria o fim de semana para o serviço.
Cada vereador da Capital recebe R$ 18.991,69 por mês – o equivalente a 13 salários mínimos. O cidadão comum não tem direito a folga e ainda levaria um ano para receber o mesmo valor pago aos edis.
Apesar de ser ano de reeleição, os vereadores não estão preocupados com a sociedade. O colega de parlamento, Claudinho Serra (PSDB), foi preso acusado de chefiar uma organização criminosa e vai trabalhar de tornozeleira. Se não fosse o empresário Elenilton Dutra de Andrade, ele não seria alvo de nenhum pedido de cassação.
Carlão argumentou que ele não foi condenado para ser expulso do parlamento.