A explosão no número de casos de doenças respiratórias lotou postos de saúde, hospitais públicos e particulares de Campo Grande. Sem vagas em UTI (Unidade de Terapia Intensiva), principalmente, para atender crianças, a prefeita Adriane Lopes (PP) decretou situação de emergência por 90 dias. Outra medida será liberar, a partir de amanhã, a vacinação contra a gripe para toda a população.
Nos últimos dias, a população tem sofrido com a demora no atendimento nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e Centro Regionais de Saúde. Há relatos de falta de vagas e até de pacientes sendo atendidos no chão.
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O maior drama é enfrentado por pais de bebês. Com 22 crianças internadas em UTIs, a prefeitura corre contra o tempo para improvisar leitos intensivos para atender a demanda. A cidade revive um drama semelhante ao enfrentado na pandemia da covid-19, quando não havia leito de UTI em hospitais privados para serem locados pela rede pública.
“CONSIDERANDO o avanço da Síndrome Respiratória Aguda Grave – SRAG no público infantil, superlotando as emergências dos hospitais e com expressiva taxa de ocupação de leitos”, pontuou Adriane, no decreto publicado nesta terça-feira (30). “CONSIDERANDO a necessidade da adoção de medidas urgentes voltadas à prevenção, controle e ampliação da rede de atenção à saúde infantil”, destacou.
“Demonstrando a imperiosidade de abertura de leitos, em especial de urgência e emergência, enfermarias e Unidades de Terapia Intensiva – UTIs neonatal e pediátricas, fica declarada situação de emergência no âmbito da saúde pública do Município de Campo Grande/MS, pelo período de 90 (noventa) dias, prorrogáveis, em razão das elevadas taxas de ocupação de leitos de urgência e emergência, enfermarias e Unidades de Terapia Intensiva – UTIs neonatal e pediátrica em decorrência do aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave – SRAG de etiologia viral”, determinou.
De acordo com o médico pneumologista Ronaldo Perches Queiroz, o aumento de doenças respiratórias é comum neste período de transição do outono para o inverno, quando a temperatura quente passa para o frio e a umidade do ar fica mais baixa.
No entanto, houve explosão no número de casos, principalmente, em crianças, por causa da pandemia da covid-19. No período pandêmico, os pequenos ficaram mais isolados e tiveram pouco contato com os vírus que transmitem resfriados – como rinovírus, adenovírus e sincicial – e gripes, causada pelo Influenza A e B.
De acordo com o boletim da Secretaria Municipal de Saúde, do início do ano até o dia 30 de abril, a Capital contabilizou 1.033 casos, sendo que 43% não tiveram a causa definida. O rinovírus foi responsável por 10%, enquanto o sincicial, que atinge principalmente recém-nascidos e bebês, por 12%.
Apesar de considerar a situação mais tranquila do que no ano passado, Ronaldo Queiroz recomenda que a população adote alguns cuidados padrão, como lavar as mãos, tapar a boca ao tossir ou espirrar, evitar locais fechados, ter alimentação saudável, beber bastante água, evitar locais fechados e praticar atividades físicas.
A partir desta quinta-feira, a partir das 14h, as 70 unidades de saúde vão liberar a vacinação contra a gripe para todos os públicos. Da população alvo, que somava 360 mil, apenas 16% se imunizou contra a gripe.
A Sesau informou que existem 160 mil doses da vacina disponível que será liberada para toda a população com aval do Ministério da Saúde.
“A imunização é nossa principal aliada, por isso quero convocar todos os campo-grandenses para garantir essa proteção tão importante para a saúde coletiva. Nós estamos passando por um período de aumento de casos e é fundamental que toda a população busque se vacinar”, disse a secretária municipal de Saúde, Rosana Leite.
As vacinas contra a influenza são trivalentes, produzidas pelo Instituto Butantan e distribuídas para toda a rede pública de saúde. A composição varia anualmente conforme as cepas do vírus predominantes.
Neste ano, as vacinas possuem três tipos de cepas de vírus combinadas: A (H1N1); A (H3N2) e B (linhagem B/Victoria), conforme orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS).