Com a revogação da prisão preventiva dos oito réus presos na 3ª fase da Operação Tromper, seis vereadores de Sidrolândia viraram a casaca e sepultaram a Comissão Processante aberta para investigar a prefeita Vanda Camilo (PP). A manobra foi comandada pelo ex-secretário municipal de Obras e atual vereador, Carlos Henrique Olindo (PSDB).
A reviravolta ocorreu após o desembargador José Ale Ahmad Netto, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, recuar e, em decisão monocrática, revogar a prisão preventiva do vereador Claudinho Serra (PSDB), genro da prefeita e acusado de chefiar a suposta organização criminosa.
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Com tornozeleira, o tucano não compareceu à sessão da Câmara Municipal de Campo Grande nesta terça-feira (30) e apresentou atestado médico para ficar longe dos holofotes por mais 30 dias. Na prática, Claudinho vai ficar praticamente dois meses sem trabalhar e ganhando R$ 18,9 mil por mês.
A prisão do genro e a homologação da delação premiada do ex-servidor Tiago Basso da Silva pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul era o prenúncio de fortes tempestades para a prefeita de Sidrolândia.
No entanto, a situação começou a melhorar com a soltura dos oito réus pela Justiça. O juiz Fernando Moreira Freitas da Silva, da Vara Criminal de Sidrolândia, seguiu o desembargador e substituiu a prisão preventiva pelo monitoramento eletrônico.
A mudança melhorou a situação da prefeita nos bastidores. Olindo apresentou requerimento, hoje, para sepultar a investigação proposta pelo vereador Enelvo Júnior (PRD). A Comissão Processante foi aberta com o apoio de 12 votos a 1. O único a ir contra a investigação foi o vereador Izaqueu de Souza Diniz, o Gabriel Auto Car (PSDB), citado na investigação pelos acusados de integrar a organização criminosa.
Votaram para livrar a prefeita da Comissão Processante:
- Carlos Henrique Olindo (PSDB)
- Claesio Lechner (PSD)
- Juscinei Claro Dino (PP)
- Joana Michalski (PSDB)
- Elieu da Silva Vaz (PSB)
- Izaqueu de Souza Diniz – Gabriel Auto Car (PSDB)
- Gilson Galdino (Rede)
- Cledinaldo Marcelino Cotócio (PSDB)
Seis vereadores – Claesio Lechner (PSD), Juscinei Claro Dino (PP), Joana Michalski (PSB), Gilson Galdino (Rede) e Cledinaldo Marcelo Cotócio (PSDB), mudaram de lado e votaram para livrar Vanda Camilo da investigação. O escândalo levou o genro da chefe do Executivo para a cadeia.
Apenas cinco vereadores – Enelvo Júnior, Cristina Fiúza (MDB), Adavilton Brandão (MDB), Cleyton Martins Teixeira (PSB) e José Ademir Gabardo (Republicanos) – mantiveram o voto e a postura pela abertura de investigação contra a prefeita.
Votaram para manter a Comissão Processante contra Vanda
- Enelvo Júnior (PRD)
- Cristina Fiúza (MDB)
- Adavilton Brandão (MDB)
- Cleyton Martins Teixeira (PSB)
- José Ademir Gabardo (Republicanos)
“Todo mundo sabe da corrupção que se instaurou aqui”, lamentou Júnior, sobre a manobra para livrar a prefeita de qualquer investigação. A prefeita reassumiu o controle dos vereadores, mas agora o maior desafio será obter o apoio da população.