O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou, nesta sexta-feira (26), que foi a Três Lagoas apenas para uma “vistoria técnica” da fábrica de fertilizantes. Ele não anunciou a retomada da obra, que está 80% concluída e paralisada há uma década, desde a eclosão da Operação Lava Jato.
Acompanhado pela ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e do governador Eduardo Riedel (PSDB), secretários e deputados, Prates deu entrevista coletiva e realizou uma visita no canteiro da fábrica em Três Lagoas.
Veja mais:
Para rebater boatos sobre Prates, Petrobras informa data para retomar fábrica de fertilizantes
Após ser excluída do PAC, cancelamento de visita adia retomada de fábrica de fertilizantes
Petrobras põe fertilizantes como estratégico, vai concluir fábrica e criar 650 empregos em MS
Conforme nota da Petrobras, divulgada para desmentir boatos contra o atual dirigente, o Governo federal vai lançar o edital de licitação para a conclusão da obra em dezembro deste ano e a indústria deve começar a funcionar no final de 2028. A previsão é de investimento de R$ 5 bilhões e a geração de milhares de emprego.
No entanto, durante a visita a Três Lagoas, Prates não confirmou a informação. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também já definiu que a obra será retomada pela Petrobras. Nem esta informação foi confirmada pelo presidente da estatal, que já foi acusado de ser contra a conclusão do empreendimento pela estatal e manter o modelo definido pela gestão de Jair Bolsonaro (PL).
Mais otimista, Simome, que foi prefeita de Três Lagoas, afirmou que o empreendimento será concluído pela Petrobras. Ela ponderou que o anúncio depende da burocracia e previu que as datas serão confirmadas até o fim deste ano.
A fábrica três-lagoense vai produzir 3,6 mil toneladas de ureia e 2,2 mil toneladas por dia de amônia. Para viabilizar o negócio, o Governo estadual concedeu R$ 2,2 bilhões em incentivos.
A UFN3 foi lançada em 2011 na gestão de Dilma Rousseff (PT) e parou em decorrência da Operação Lava Jato em 2014. As denúncias de corrupção suspenderam o empreendimento. A paralisação completa nove anos.