Preso desde o dia 3 de abril deste ano acusado de chefiar organização criminosa especializada em desviar recursos do município de Sidrolândia, o vereador Claudinho Serra (PSDB) pode ser substituído na Câmara Municipal. No entanto, cinco suplentes deixaram o PSDB e podem perder a oportunidade de assumir o mandato de vereador na Capital, com direito a salário de R$ 18,9 mil, verba indenizatória de R$ 30 mil e mais assessores.
O presidente da Câmara, Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), avisou que só vai convocar o suplente quando Claudinho completar dez sessões consecutivas atrás das grades. Considerando-se três sessões semanais, o prazo final será a próxima quinta-feira (25). No entanto, o socialista vai se deparar com um imbróglio: quem convocar?
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O primeiro suplente do tucano é o ex-vereador e médico Lívio Viana de Oliveira, o Dr. Lívio, que teve 2.772 votos nas eleições de 2020. Contudo, ele trocou o PSDB pelo União Brasil. O segundo suplente, outro ex-vereador, Elias Longo Júnior, 2.579 votos, trocou o ninho tucano pelo Republicanos.
O 3º suplente é outro ex-parlamentar, Wellington de Oliveira, o Delegado Wellington, com 1.811 votos, deixou o PSDB pelo PP. O 4º suplente é Antônio Ferreira da Cruz Filho, 1.497 votos, filiou-se ao MDB. A 5ª suplente é a ex-vereadora Maria Aparecida de Oliveira Amaral, a Enfermeira Cida Amaral, 1.281 votos, que deixou o PSDB e se filiou ao Republicanos.
Apenas o 6º suplente, Giancarlo Josetti Sandim, o Gian Sandim, com apenas 1.227 votos, não trocou de partido e permanece no PSDB. Teoricamente, ele teria direito a ocupar a vaga de Claudinho Serra.
No entanto, Dr. Lívio tem direito a vaga e poderia arriscar a voltar ao legislativo e iniciar uma briga na Justiça pela vaga com o PSDB. Ele foi o médico responsável pela denúncia contra Tiago Vargas por ameaça e acabou levando à demissão do desafeto do presidente regional do partido, Reinaldo Azambuja (PSDB).
O suplente só será efetivado no cargo caso Claudinho renuncie ao mandato de vereador ou seja cassado. A cassação é uma hipótese remota na Câmara Municipal.
Aliás, a vaga carrega uma maldição. O primeiro suplente, Ademir Santana (PSDB), também foi alvo da Operação Omertá e chegou a ser denunciado por integrar a organização criminosa chefiada por Jamil Name. Ele foi absolvido pela Justiça, mas renunciou ao mandato para garantir a permanência de Claudinho no legislativo.
O PSDB não exigiu a vaga de vereador de João Rocha, que abandonou o partido e se filiou ao PP da prefeita Adriane Lopes.