Em protesto quase solitário, o deputado estadual João Henrique Catan (PL) aproveitou a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a Campo Grande para aparecer com um pixuleco de Jair Bolsonaro (PL) de 10 metros de altura. O parlamentar ainda tenta ‘cavar’ uma vaga na disputa pela prefeitura da Capital e desbancar o escolhido pelo seu partido, Rafael Tavares.
“Estamos aqui exercendo nosso direito de liberdade de pensamento, de manifestação, protesto pacífico e ordeiro, mesmo sob observação de autoridades policiais. Colocamos esse boneco de 10 metros de altura aqui porque o Bolsonaro fez dez vezes mais do que o Lula para o agronegócio”, declarou João Henrique, nesta sexta-feira (12).
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João Henrique chegou a receber a bênção de Bolsonaro para disputar o Paço Municipal, mas a decisão não durou uma semana. Atualmente, o PL de Campo Grande tem em Rafael Tavares como representante da extrema-direita no pleito.
Enquanto o bolsonarista atacava o atual presidente para uma plateia de quase ninguém, Lula era ovacionado por cerca de 3 mil presentes na unidade da JBS, na Rodovia BR-060, saída para Sidrolândia. Entre eles, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Gerson Claro (PP).
O evento contou com a presença dos ministros da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, de Planejamento, Simone Tebet, e das Mulheres, Cida Gonçalves, dos sócios da JBS, Joesley e Wesley Batista, do embaixador chinês no Brasil, Zhu Qingqiao, do governador Eduardo Riedel (PSDB), dos deputados federais Beto Pereira, Dagoberto Nogueira e Geraldo Resende, do PSDB, Camila Jara e Vander Loubet, do PT.
A grande ausência foi da prefeita da Capital, Adriane Lopes (PP), que boicotou o evento de olho no apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro e dos bolsonaristas.
Adversária de Adriane, a chefe da Sudeco (Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste), Rose Modesto (União Brasil), participou do evento com o presidente. “É resultado de uma agenda muito forte da Sudeco também. Das 38 plantas, 14 estão na região Centro-Oeste e seis aqui no Estado”, declarou a candidata ao Midiamax.
“Ter o presidente no Estado é muito importante, ainda mais em um momento em que Campo Grande vive, que é tão difícil, uma cidade que não tem capacidade de investimento, que não consegue investir sozinha. A gente (se ganharmos a eleição) vai precisar do governo federal, respeitando a candidatura do PT, claro”, afirmou Rose.