Delator de plano para matar autoridades da operação Omertà, Kaue Vitor dos Santos da Silva foi condenado a dois anos e três meses de prisão por crime contra o Sistema Nacional de Armas. Ele teve passagem pela Penitenciária Federal de Mossoró (Rio Grande do Norte), onde escreveu no papel higiênico os detalhes do plano de execuções, e no ano de 2022 voltou a ser preso, desta vez, num hotel de luxo de Copacabana, no Rio de Janeiro.
A condenação pela 6ª Vara Criminal de Campo Grande foi publicada no Diário da Justiça de quarta-feira (27). Segundo a decisão, “sua personalidade é acentuadamente propensa a prática criminosa”.
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No dia 14 de agosto de 2017, na Rua Cabreúva, no Bairro Paulo Machado, em Campo Grande, Kaue estava transportando no veículo Toyota SW4 uma pistola, calibre 380, marca Taurus, municiada com 14 projeteis. Porém, ele não tinha registro e porte da arma de fogo. A justificativa para estar armado era de que sofria ameaças.
Em outubro de 2017, Kaue foi alvo da operação Ostentação, deflagrada pela Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico). Ele era apontado como um dos líderes de organização criminosa, que gostava de exibir uma vida de luxo nas redes sociais, na linha do “crime compensa”. Conforme a investigação, ele chegou a construir sobrado avaliado em R$ 1 milhão.
Transferido para o presídio federal de Mossoró, repassou as autoridades um plano para matar o delegado Fábio Peró (titular do Garras), o promotor Tiago Di Giulio Franco e o defensor Rodrigo Antônio Stochiero. O preso ficava entre as celas de Jamil Name Filho e Jamil Name (já falecido), ambos alvos da operação Omertà, e anotava as conversas com advogados.
Em 2021, Kaue aproveitou benefício para fugir. Mas voltou a ser preso em abril de 2022 no Rio de Janeiro.