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    No Divã Em Paris – Anatomia da Papuda

    Edivaldo BitencourtBy Edivaldo Bitencourt23/03/20245 Mins Read
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    Mário Pinheiro, de Paris
    Brazilian Army General Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira (R) speaks to Brazilian President-elect Jair Bolsonaro (C), during the graduation ceremony of new paratroopers at the Parachute Infantry Battalion Vila Militar, in Rio de Janeiro, Brazil, on November 24, 2018. (Photo by Fernando Souza / AFP)

    Quem teve base em história e guarda melhores lembranças da Sociologia sabe que os militares, antes do golpe de 1964, eram filiados a clubinhos, participavam de grupos que discutiam o corporativismo da farda, que não eram e jamais foram inocentes. Eles comiam nas mãos dos americanos como se fossem galinhas adestradas.

    Além das preocupações de classe havia o medo azul dos movimentos sociais guiados pela Igreja Católica popular como o movimento de educação de base, as pastorais universitárias, operária e camponesa.

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    O ex-funcionário do Departamento de Estado americano, Willian Blum, em Guerras Aceleradas, afirma com todas as letras a instalação do esquadrão da morte de forma rápida, um mundo maravilhoso sob o reino do silencio pelos militares do Brasil logo após o golpe militar. As reformas sociais, econômicas e políticas não agradavam a burguesia, os militares e os empresários americanos. O poder estava rifado para a instalação do mal. E, portanto, João Goulart era um católico ferrenho, proprietário de terras e não era comunista.

    Mas é preciso lembrar também que havia um interesse enorme dos Estados Unidos em domesticar militares, civis, como se fosse obrigação renunciar a consciência política e a crítica social e minar a popularidade eclesial ao enviar os mais diversos grupos de renovação carismática ligados ao pentecostalismo.

    Então, contra a onda de teorias de esquerda, o sonho da revolução cubana, da utopia pelo novo, os fardados brasileiros, aliados do que é mais retrógrado em termos religiosos, resolveu fazer aquela balburdia na política brasileira. Muitos países da América latina, Ásia e Oriente Médio abraçaram a ditadura imposta com juntas militares. O Brasil foi vítima da pretensão de generais brasileiros que pensavam apenas na saúde dos cavalos porque o povo sofria calado.

    Entre 1968 e 1974 a linha dura foi imposta pelos generais com muitas prisões arbitrárias, até milicos se impunham nas ruas e se achavam no poder de chutar o traseiro de cidadãos e, pior, insultar e assediar as moças nos trens de subúrbio, que  ligava o centro de São Paulo aos dormitórios periféricos, todos tinham medo.

    Os camaradas da CIA não tremiam ao tomar decisões sobre execuções sumárias, traição, incentivo de corrupção para dividir organizações com chuva de dólares, tudo fazia parte do jogo. A propaganda suja contra Goulart executado pela CIA foi um sucesso, mas não convencia a União Nacional dos Estudantes (UNE) e parte dos advogados que representavam a OAB.

    Durante os primeiros anos da ditadura as relações comerciais com a União Soviética ia tão bem que o general Costa e Silva esteve em Moscou para assinar contratos de trocas comerciais. A tal ameaça comunista era uma falácia, uma invenção da extrema direita e dos militares.

    Mas a direita católica aliada de uma classe burguesa inventou a TFP, tradição, família e propriedade e também a Opus Dei que atendia religiosamente as pessoas sem nenhuma consciência de classe, mas apavorada por qualquer mudança social enquanto que os evangélicos eram inexistentes.

    O efeito Bolsonaro que surge como o “valentão” ao dizer que uma guerra civil era necessária, era preciso matar uns trinta mil, torturar até que o preso vomite a verdade que eles querem ouvir. O discurso de ódio e de violência tocou o coração dos que eram como ele, inculto, chulo, tosco, limitado, racista, homofóbico e misógino. Jair Bolsonaro terá tempo suficiente para refletir a anatomia da Papuda.  

    O ex-presidente, cabeça de uma tentativa de golpe, preferiu ficar caladinho e fugir ao País do rato Mickey mouse, aguardando o bom resultado da quebradeira e da tomada do poder para voltar glorioso como um sheik a exibir Rolex e toda cancalheria de luxo da Arábia maldita. Voltaria e pronunciaria o “declaro o estado de sítio”.

    É pelo sofrimento, sangue dos perseguidos e mortos de forma covarde na ditadura que é impossível repetir o mesmo erro de anistia geral. Anistia nunca mais! Bolsonaro e os generais golpistas devem pagar pelo sujo papel que tiveram e pela imensa vontade de jogar o Brasil no fundo da fossa. A Papuda tem espaço e a anatomia é favorável.

    A ameaça comunista existe até hoje pela boca dos falsos e verdadeiros evangélicos nacionalistas de plantão. A Papuda é o lugar paradisíaco com uma excelente anatomia capaz de fazer sonhar o cidadão que jamais compreendeu a leitura social. 

    (*) Mário Pinheiro é jornalista pela UFMS, mestre em Sociologia da Comunicação, filósofo e doutor em Ciências Políticas ambos por Dauphine, Paris. Ele escreve aos sábados.

    atos de 8 de janeiro golpe militar MÁRIO PINHEIRO NO DIVÃ EM PARIS

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