A CCR MS Via reduziu em 75% os investimentos na BR-163 em Mato Grosso do Sul no ano passado, apesar do aumento de 9,3% na receita com a cobrança de pedágio, segundo o balanço da companhia. Houve aumento de 9,4% no número de acidentes de trânsito e de 21,2% em mortes na rodovia em 2023 em relação a 2022.
Os números mostram piora no tráfego e segurança ao longo dos 845 quilômetros da BR-163, que está em processo de renovação da concessão com o grupo CCR. Apesar de não ter cumprido o contrato de concessão firmado há nove anos e de ter registrado prejuízo de R$ 329,8 milhões neste ano, alta de 7,8% em relação aos R$ 306,1 milhões de 2022, a companhia pretende continuar administrando a estrada.
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O ministro dos Transportes, Renan Filho, já comunicou ao governador Eduardo Riedel (PSDB), de que manterá a CCR MS Via no comando da concessão. Ele aguarda o aval do Tribunal de Contas da União para formalizar o contrato até 2049. A principal mudança é que não será mais obrigatória a duplicação total da via.
De acordo com o balanço da MS Via em 2023, o faturamento com pedágio subiu 9,3%, passando de R$ 163,2 milhões para R$ 179,4 milhões. Por outro lado, houve redução de 3,4% nas despesas, de R$ 451,5 milhões para R$ 436,1 milhões.
No ano passado, a CCR MS Via investiu apenas R$ 9,2 milhões na manutenção e melhorias da BR-163. Em 2022, o total investido foi de R$ 38,2 milhões. De acordo com a concessionária, o maior volume ocorreu devido a conclusão da obra do viaduto, definido como diamante, em Dourados.
A redução dos investimentos elevou em 9,4% o número de acidentes ao longo dos 845 quilômetros, de 1.557 ocorrências em 2022 para 1.704 acidentes de trânsito no ano passado. O número de mortes em acidentes cresceu 21,2%, saltando de 52 para 63 pessoas. A concessão foi a saída encontrada pelo Governo para duplicar a via e reduzir o número de tragédias na BR-163, que foi conhecida por muitos anos como rodovia da morte.
O prejuízo cresce a cada ano. A despesa superou a receita em R$ 329,8 milhões em 2023, contra R$ 306,1 milhões no ano anterior. Apesar dos números, o grupo deseja manter o contrato de concessão.