Ex-vereador, ex-deputado estadual e ex-prefeito da Capital por dois mandatos, Marquinhos Trad deve deixar o PSD, partido comandado pelo irmão, o senador Nelsinho Trad, e mudar de sigla até o dia 6 de abril deste ano. Ele avalia convites do PP, comandada pela senadora Tereza Cristina, do União Brasil, de Rose Modesto, e até do PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Após ficar em 6º lugar na disputa do Governo do Estado em 2022 e enfrentar o escândalo do assédio sexual, Marquinhos planeja recomeçar na política disputando uma das 29 vagas na Câmara Municipal de Campo Grande.
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Filiado ao PSD desde 2016, quando disputou a prefeitura a convite de Gilberto Kassab, presidente nacional do partido, Marquinhos não estaria aprovando os rumos do partido nas eleições deste ano. Nos bastidores, Nelsinho e o presidente municipal, o deputado estadual Pedro Pedrossian Neto, estariam articulando para apoiar a candidatura a prefeito do deputado federal Beto Pereira (PSDB).
Marquinhos defende o lançamento de um candidato próprio. No entanto, os presidentes regional e municipal do PSD já teriam decidido apoiar Beto e nem exigido indicar o candidato a vice-prefeito. A decisão teria acirrado o racha entre os irmãos.
O ex-prefeito tinha como projeto assumir o comando municipal do PSD. No entanto, Nelsinho preteriu o irmão e deu o comando do partido para Pedrossian Neto. Marquinhos já tinha uma mágoa do senador, que o teria preterido na disputa do Governo desde o primeiro turno para apoiar o atual governador, Eduardo Riedel (PSDB).
Sem respaldo na sigla, Marquinhos já teria decidido mudar de partido. A senadora Tereza Cristina até já teria convidado o ex-prefeito para uma conversa sobre a filiação. Neste caso, Marquinhos poderia apoiar a reeleição de Adriane Lopes (PP), que foi sua vice nos dois mandatos de prefeito.
A outra hipótese é União Brasil, que estaria em negociação com a superintendente regional da Sudeco, Rose Modesto, e o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. A ida de Marquinhos poderia ampliar a bancada do União Brasil na Câmara, atualmente restrita ao vereador Alírio Villasanti.
Um terceiro caminho é o PL de Bolsonaro. Um amigo em comum de Marquinhos e o Tenente Portela estaria negociando a filiação do ex-prefeito.
Ao ser procurado na manhã de hoje, Marquinhos evitou dar detalhes, mas confirmou o descontentamento. “O meu descontentamento é a forma de condução do PSD em optar por coligações e não candidatura própria”, admitiu. “O PSD não pode atender interesses outros e ser coadjuvante nas eleições municipais”, defendeu.