A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, entrou na mira dos deputados bolsonaristas após o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), denunciar “falcatrua” no pagamento dos R$ 93 bilhões em precatórios no final do ano passado. Parlamentares querem investigação do Ministério Público Federal e cogitam propor CPI para investigar a denúncia.
Polêmico e crítico do Governo Lula apesar de o seu partido ser aliado e ocupar cargos, Ciro detonou em entrevista à CNN no último sábado. “Eles [o governo] venderam os precatórios para bancos, para poucos bancos, dois bancos, que compraram esses precatórios com deságio de até 50%”, de acordo com o jornal mineiro O Tempo.
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“Isso é uma falcatrua maior que a do mensalão e do petrolão juntos”, acusou o ex-presidenciável. A acusação repercutiu, principalmente, entre os bolsonsonaristas.
“Ciro Gomes denunciou hoje à CNN um possível escândalo do Governo Lula envolvendo precatórios e bancos. Segundo ele, este escândalo seria de proporções maiores que o Mensalão e Petrolão. Diante disso, protocolarei ao MP uma representação para que as acusações sejam investigadas”, postou Nikolas na rede social X.
“Ao mesmo tempo, solicitarei informações à Ministra do Planejamento, Simone Tebet, questionando o processo de quitação integral destes precatórios. Caso a resposta não seja esclarecedora, cabe ao Parlamento avaliar por meio de uma CPI a validade destas transações”, ameaçou.
No final de novembro de 2023, o Supremo Tribunal Federal autorizou a União a abrir crédito extraordinário para regularizar o pagamento dos precatórios de 2022 e 2023. Na mesma decisão, os ministros derrubaram restrições constitucionais que travavam o repasse aos beneficiários, como o teto para o pagamento dessas despesas entre 2022 e 2026.
Até o momento, Simone e o Governo Lula ignoraram as acusações de Ciro Gomes.