O diretório regional do PT em Mato Grosso do Sul divulgou uma nota nesta quinta-feira (29) em que “repudia com veemência” uma matéria publicada pelo site bolsonarista “Jornal da Cidade” no dia 28 de fevereiro. Na publicação, a deputada federal Camila Jara é tratada como “bonitinha, mas ordinária” por responder a processo na Justiça Eleitoral.
Ação movida no Tribunal Regional Eleitoral por candidato não eleito a deputado federal alega que Camila usou indevidamente meios de comunicação e houve abuso de poder econômico na campanha de 2022. A defesa da petista afirma que as propagandas eleitorais foram dentro da lei e que o Ministério Público Federal deu parecer com esse entendimento.
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A denúncia foi feita pelo atual secretário-adjunto da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Semadesc), Walter Benedito Carneiro Júnior, que concorreu nas últimas eleições pelo PP. Camila teria feito propaganda eleitoral fora do prazo permitido e gastos irregulares para impulsionar suas publicações nas redes sociais.
O caso foi abordado pelo “Jornal da Cidade” com destaque para a possibilidade da petista ser condenada e ter o mandato cassado, além de ficar inelegível por oito anos. O título da matéria iniciou com “bonitinha, mas ordinária”, citação a peça teatral homônima do escritor Nelson Rodrigues.
Um dia após a publicação, o diretório regional do PT divulgou uma nota de repúdio em que considera as “palavras ofensivas” para se referir a deputada Camila Jara. O partido afirma que acionou sua assessoria jurídica para “tomar as medidas cabíveis”.
“É de extrema importância pontuar quando os veículos da imprensa se portam de maneira machista e sem compromisso com os fatos”, diz a nota. “O Partido dos Trabalhadores tem em seu histórico a defesa por uma sociedade mais justa e igualitária”.
Em resposta às acusações, a assessoria de Camila divulgou uma nota oficial em que a parlamentar “esclarece que agiu de acordo com a legislação eleitoral e reafirma sua confiança na justiça brasileira”.
“A ação judicial sobre suposta propaganda fora do prazo e gastos irregulares, em trâmite no Tribunal Regional Eleitoral (TRE/MS), já teve defesa apresentada por seus advogados com fatos que comprovam a legalidade das propagandas eleitorais no pleito passado”, diz o texto.
“O próprio Ministério Público Federal (MPF), em pareceres apontados nos autos, entendeu que a candidatura da parlamentar petista obedeceu à legislação eleitoral”, prossegue.
“Destaca-se que o Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE/MS) possui jurisprudência que permite o impulsionamento nas redes sociais, da mesma forma como foi realizado pela parlamentar”, justifica.
Camila Jara também diz que está “confiante nos valores republicanos que regem a justiça, a parlamentar segue tranquila em seu trabalho para combater as desigualdades e ajudar a construir um Mato Grosso do Sul mais justo e menos desigual”.