O ato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no domingo (25) foi celebrado por seus aliados de Mato Grosso do Sul como a “maior manifestação da história”. No campo de adversários, a pré-candidata a prefeita de Campo Grande Camila Jara (PT) considerou a manifestação “patética” e que o líder da extrema-direita brasileira ainda produziu provas contra si.
Entre os parlamentares de MS, estavam presentes os deputados federais Marcos Pollon (PL) e Rodolfo Nogueira (PL), os deputados estaduais João Henrique Catan (PL), Lídio Lopes (PRD), Coronel David (PL) e Rafael Tavares (PRTB). A prefeita da Capital, Adriane Lopes (PP), também marcou presença.
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“A maior manifestação da história do Brasil em defesa da democracia. Jair Bolsonaro arrasta multidão enquanto Lula não consegue sair na rua. A população não aceita mais a perseguição que a direita está sofrendo, isso não é democracia e sim ditadura. A direita não vai desistir do Brasil”, declarou Tavares a O Jacaré, nesta segunda-feira (26).
Questionado sobre quando as manifestações a favor de Bolsonaro eram espalhadas pelo país reuniam mais gente, o deputado afirmou que “acho que qualquer forma de manifestação pacífica é importante”.
Nas redes sociais, os seguidores do ex-presidente fizeram coro ao discurso de “maior manifestação da história”, sendo o mais entusiasmado o deputado Rodolfo Nogueira, o Gordinho do Bolsonaro, um dos poucos que conseguiram ficar em cima do trio elétrico que serviu de palco.
Nesta segunda-feira, a deputada federal Camila Jara chamou o ato de patético e disse que a semana começou sem nada ter mudado.
“Depois de uma manifestação patética onde Bolsonaro gerou provas contra ele mesmo, segundamos ainda com Lula ainda na presidência!”, declarou a pré-candidata a prefeita. “Quem diria que nada iria mudar com a movimentação de meia dúzia de golpistas, não é mesmo?”.
A petista ainda ironizou o ato ‘pela democracia’, sendo que Jair Bolsonaro é investigado pela Polícia Federal por orquestrar um golpe de Estado. Ela também comparou o ex-presidente a um abusador.
“O ex-presidente da República acusado de golpe de Estado filmado em uma reunião com uma organização criminosa cujo objetivo era derrubar a democracia, do nada, assim de repente, decidiu chamar uma manifestação para ‘salvar a democracia’. Isso pode parecer no mínimo estranho, mas não é. Tem nome, é inversão narcisista”, explicou Camila, no domingo.
“Se você já viveu um relacionamento abusivo, provavelmente sabe do que eu tô falando. Acontece quando todos os fatos estão na cara, tá ali esfregado na sua cara, que o abusador é abusador. Esse pedido para não levar cartazes como em manifestações passadas foi proposital, pois poderia configurar um novo pedido de golpe. Bolsonaro está com medo, prometeu levar um milhão à manifestação e não levou 10% disso”, disse Jara.
O ato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) neste domingo (25) na Avenida Paulista reuniu 185 mil pessoas, segundo o Monitor do Debate Político no Meio Digital, da Universidade de São Paulo (USP). A estimativa foi feita por tecnologia de um software que foi treinado a reconhecer cada vez mais pessoas em multidões.
Segundo o estudo, o pico de 185 mil ocorreu por volta das 15h (horário de Brasília), momento em que Bolsonaro subiu no carro de som. Às 17h, havia entre 45 mil e 30 mil pessoas.
Já a Polícia Militar de São Paulo, estado governado por Tarcísio de Freitas (Republicanos), aliado de Bolsonaro e um dos nomes a discursar sobre o trio elétrico, divulgou o número, também no pico de público, de 750 mil presentes (quatro vezes maior), sendo cerca de 600 mil na própria Paulista e os restantes em vias adjacentes.