Decano do Supremo Tribunal Federal, o ministro Gilmar Mendes desqualificou a delação premiada do ex-senador Delcídio do Amaral (PRD) na Operação Lava Jato. “O Delcídio era um grande mentiroso”, acusou o magistrado em uma análise crítica da ofensiva contra a corrupção capitaneada pelo então juiz, atual senador Sergio Moro (União Brasil), e pela Força-Tarefa do Ministério Público Federal em Curitiba.
Em entrevista ao Brazil Journal, uma publicação voltada ao mercado financeiro e aos empresários, Mendes detonou a maior operação de combate à corrupção brasileira. “a Lava Jato criou não um outro poder, mas um outro Estado no Brasil”, afirmou. (confira a entrevista do ministro)
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Como exemplo, Gilmar Mendes citou Delcídio, que foi ministro das Minas e Energia na gestão de Itamar Franco (MDB), senador por dois mandatos por Mato Grosso do Sul e líder do Governo na gestão de Dilma Rousseff (PT). Ele foi preso acusado de comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, e teve o mandato cassado pelo Senado em 2016.
O ministro contou que o relator da Operação Lava Jato no STF, Teori Zavaski, procurou a turma e contou que Delcídio sabia de tudo que estava acontecendo. “Isso, segundo a visão do Rodrigo Janot”, ponderou Mendes.
Na versão de Teori Zavaski, Delcídio revelou que tinha procurado o filho de Nestor Cerveró para oferecer R$ 50 mil e uma pensão pelo silêncio do ex-diretor da Petrobras. O dinheiro seria pago pelo banqueiro André Esteves, dono do BTG Pactual.
“Construiu-se um grande erro do Judiciário”, afirmou, sobre as acusações e condenações feitas na esfera da Operação Lava Jato.
O Jacaré tentou contato com o ex-senador, mas não houve retorno até o momento.